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Concerto por Nelson Mandela «arrebata» Londres

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O antigo presidente sul-africano Nelson Mandela apelou sexta-feira à nova geração para abraçar a sua luta contra a doença e a opressão no mundo, durante um mega-concerto em Londres para festejar os seus 90 anos, noticia a Lusa.

Muitos artistas de renome e cerca de 50.000 espectadores participaram neste concerto em Hyde Park, que visava também recolher fundos em favor da sua fundação contra a sida.

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O cartaz de luxo reunia Amy Winehouse, o grupo Queen acompanhado por Paul Rodgers, Zucchero, Joan Baez e as Sugababes entre outros nomes sonantes do panorama musical mundial. Foram vendidos 46.664 bilhetes, um número que corresponde ao número prisional de Mandela quando esteve encarcerado durante 27 anos.

No meio do concerto de três horas e meia, o antigo presidente sul-africano, todo vestido de negro, discursou para exortar o mundo a prosseguir a sua missão.

Apoiando-se numa bengala e ajudado pela mulher, a ex-primeira-dama moçambicana Graça Machel, um Mandela sorridente e de ar frágil avançou com um passo lento e hesitante até aos microfones sob os aplausos da multidão, que entoou os «Parabéns», embora Mandela apenas complete 90 anos a 18 de Julho.

O antigo prisioneiro das cadeias sul-africanas declarou-se «honrado» por estar de regresso a Londres 20 anos depois de um «concerto histórico» em que apelara à «libertação».

«As vossas vozes atravessaram os oceanos e inspiraram-nos nas nossas longínquas celas».

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«Mas mesmo que hoje festejemos, lembremo-nos de que a nossa obra está longe de estar terminada», vincou, cercado pelos artistas que participaram no espectáculo.

«Lá onde reinam a pobreza e a doença, incluindo a sida, lá onde os seres humanos são oprimidos, há ainda trabalho a fazer», advertiu, apelando para apoiarem a sua associação «46664» de luta contra a sida. «Queremos a liberdade para todos».

«Dizemos esta noite, após cerca de 90 anos de existência, que é tempo que novas mãos levantem este fardo», exortou Mandela.

«Isso está nas vossas mãos, agradeço-vos», concluiu fortemente ovacionado.

Saudou depois a multidão, como lhe sugeria a mulher, Graça Machel, antes de se afastar, apoiando-se no seu ombro.

Durante um jantar de beneficência quarta-feira em Londres, Mandela surpreendeu ao romper um silêncio de vários anos sobre o Zimbabué. O herói da luta contra o apartheid denunciou então o «trágico falhanço da direcção» deste país dirigido por Robert Mugabe.

Apesar de estar retirado da vida política e da sua saúde frágil, Mandela continua a fazer campanha pelo mundo a favor da sua luta contra a sida.

Quatro concertos «46664» foram já organizados, o primeiro em 2003 no Cabo, e depois outros em George, na África do Sul, em Madrid e em Tromso, na Noruega.

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