Os músicos Miguel Araújo e António Zambujo agendaram dois concertos em fevereiro, nos coliseus de Lisboa e do Porto, mas têm já dez datas quase todas esgotadas. "É muito surpreendente e não conseguimos explicar porquê", contou Miguel Araújo à Lusa.
"A nossa preocupação, na verdade, era conseguir encher um coliseu, mas ter agora dez espectáculos... ninguém estava à espera. Sabíamos de temporadas de bandas que tiveram muito sucesso assim em sala, mas só com dois músicos em palco, não calculámos isto", afirmou.
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"Uma música, sendo popular, mas que não passa a vida a dar nas televisões... Sermos reconhecidos é notável. É uma recompensa para nós", disse.
Os concertos nos coliseus serão gravados, mas Miguel Araújo não sabe ainda se poderá resultar na edição de um disco.
Apesar das solicitações para festivais e para outras salas, Miguel Araújo afirmou que só estão previstos os concertos nos coliseus. "Serão uma coisa especial e única. Temos tido muitas propostas para festivais, mas não vamos. Quer dizer, dois tipos em banquinhos, com guitarras, em festivais, não fazia muito sentido".
Há, ainda assim, hipótese de os dois músicos tocarem juntos numa ou outra data fora de Portugal.
Miguel Araújo e António Zambujo conheceram-se ainda antes de cada um deles ter editado qualquer álbum. Foi no século passado, recordou Miguel Araújo.
Quando António Zambujo lançou o álbum de estreia, "O mesmo fado", em 2002, Miguel Araújo era apenas um dos músicos dos Azeitonas, grupo que dava os primeiros passos na música portuguesa.
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"Fomos mantendo contacto e ficando amigos", resumiu Miguel Araújo.
Mais de uma década depois, Miguel Araújo e António Zambujo ainda idealizaram um grupo conjunto - Os da Cidade - para o qual compuseram alguns temas, mas era difícil manter o projeto, conciliando agendas de cada um.
Miguel Araújo escreveu alguns temas para ou com António Zambujo, como "Pica do 7", "Reader's Digest" e "Romaria das Festas de Santa Eufémia".
"Eu sou mais autor e ele é mais intérprete", afirmou.
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