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Sérgio Godinho apresenta novas canções em «final de rascunho»

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O músico português Sérgio Godinho mostra novas canções, já em final de rascunho, a partir de sexta-feira em Lisboa, no primeiro de três concertos na Culturgest, há muito esgotados, escreve a agência Lusa.

Aos 65 anos e perto de completar 40 de canções, Sérgio Godinho é um dos mais importantes músicos e compositores da música portuguesa, mas não deixa que o currículo se sobreponha à vontade de arriscar um espectáculo com um repertório que o público desconhece.

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Nos três concertos em Lisboa, que o músico repete a 4 de Dezembro na Casa da Música, no Porto, Sérgio Godinho vai apresentar nove canções novas, que ainda não foram gravadas, uma das quais escrita em parceria com Bernardo Sassetti.

«As minhas canções novas têm um tempo de apreensão. Não é óbvio que tudo se torne luminoso e que as pessoas adiram à primeira», afirmou Sérgio Godinho à agência Lusa.

«Nostalgia» de quem viveu intensamente o 25 de Abril

O músico quer saber como vão soar as novas canções perante o público, por oposição às que este já conhece e que quase apropriou como suas.

«Há pessoas que me abordam na rua, no fim de espectáculo, e que têm pontos de referência, âncoras muito fortes nesta ou naquela canção por razões diferentes, por alturas históricas. Há uma certa nostalgia em certas pessoas que viveram muito intensamente o 25 de Abril por certas canções, acontecimentos pessoais, e a mim dá-me força e dá-me prazer», recordou.

Entre as músicas que o público reconhecerá nos espectáculos desta semana estão «Espalhem a Notícia» e «Só Neste País».

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As canções terão arranjos de Bernardo Sassetti e Nuno Rafael, um dos músicos dos Assessores, a banda que nos últimos anos tem acompanhado Sérgio Godinho em disco e ao vivo.

Entre as canções inéditas contam-se «Em Dias Consecutivos», feita com Sassetti, «Eu Vou a Jogo», «Bomba-Relógio», que Sérgio Godinho escreveu para Cristina Branco, e «Faz Parte», escrita com José Mário Branco para o espectáculo «Três Cantos».

Novo álbum mais cru e conciso

Os temas já estão «em final de rascunho», precisamente como se chama o espectáculo, e a sonoridade está afinada para o novo álbum, mais crua e concisa.

«[Quisemos] limpar um certo barroquismo que houve noutros arranjos, mesmo nesta banda. (...) Há uma espécie de limpidez que favorece e que me apetece muito e aos músicos também. As minhas canções são muito plásticas, elas são transformadas pelas diferentes formas como se toca», antecipou Sérgio Godinho.

A par da música, o compositor irá ler alguns poemas do livro «O Sangue Por Um Fio» (2009), porque lhes encontrou conexões com as canções, e acrescentará um inédito, intitulado «Mão Na Música», que se molda ao conceito do espectáculo.

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«O conceito da mão na massa, da mão que transforma, que chega às coisas, o dar a mão, está muito presente e esse longo texto são longas reflexões sobre a música», explicou o compositor.

«Não estou em negação, estou em afirmação de uma realidade que está lá»

Sobre o que contam as novas canções, Sérgio Godinho reconhece que é, quase sempre, a vida que está em jogo.

«O meu impulso criativo é quase como uma alternativa ao momento actual, prefiro que seja assim. Não estou em negação, estou em afirmação de uma realidade que está lá», disse.

Nos concertos, Com Sérgio Godinho estarão os Assessores, Bernardo Sassetti, além dos instrumentistas António Serginho e Márcio Pinto (vibrafone e marimba), o primeiro em Lisboa e o segundo no Porto.

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