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O fado «humano» e «transparente» de Marco Rodrigues

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A mulher, esse ser tão complexo e difícil de entender para tantos homens, é o tema central do novo single de Marco Rodrigues. «Coração, Olha O Que Queres» nasceu de um texto com mais de 500 anos que agora serve para apresentar o terceiro disco do fadista.

«Acho que a mensagem é tão atual: "Não queiras entender as mulheres, aceita-as como elas são, porque elas estão aqui neste pedestal". Isto continua a ser tão atual hoje em dia», disse Marco Rodrigues em entrevista ao TVI24.pt.

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O tema alude ainda às raízes minhotas do fadista de 31 anos. Assinando a composição musical de «Coração Olha O Que Queres», Custódio Castelo estabeleceu «um compromisso e uma ligação entre a música tradicional minhota e o fado, uma música urbana». «Funcionou na perfeição», acrescentou Marco.

Entre tantas coisas... nasceu «EntreTanto»

Depois de «Tantas Lisboas», que há três anos incluiu um dueto com Carlos do Carmo, «EntreTanto» é o nome de um disco que surgiu do dia a dia de Marco Rodrigues.

«Entre tantas noites de fado, entre tantas influências de outros fadistas e de outras músicas. Entre tantos feedbacks diários na casa de fados e a forma como o fado chega aos estrangeiros. (...) É uma série de coisas que influenciam a música que fazes», explicou.

Manter equipa de sucesso e explorar novas colaborações

Equilibrando entre os fados tradicionais, os fados clássicos e temas inéditos, Marco abriu as portas a novas colaborações, ao mesmo tempo que construiu um disco assente na base sólida e de sucesso do trabalho anterior.

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O músico aplicou a máxima «em equipa que ganha, não se mexe», e voltou a trabalhar com o produtor Tiago Machado (autor, entre outros, de «Ó Gente da Minha Terra» de Mariza) e também com os letristas Tiago Torres da Silva e Inês Pedrosa.

«E depois consigo anexar algumas pessoas de quem eu sou fã e que gostava que estivessem mesmo neste "EntreTanto". A Luísa Sobral, que é um talento inacreditável; a Manuela de Freitas, que é uma das letristas que eu mais considero no fado (...); e tenho a Isabel Noronha, uma colega minha [na Adega Machado], que escreveu uma história do Chiado ao Bairro Alto», recordou o fadista.

«Deixa-me muito contente perceber que as pessoas que estiveram comigo [no disco anterior] voltam a estar neste "EntreTanto", e consigo aqui anexar pessoas de quem eu gosto muito e de quem sou fã.»

«Nós somos humanos, não somos máquinas»

O resultado final é um «EntreTanto» que transporta para o disco o ambiente de uma casa de fados. Marco quis um trabalho «mais transparente» e «mais próximo de quem o ouve». «Quase como se estivéssemos a tocar a uns metros da pessoa», explicou.

«Até então, eu sentia-me bloqueado em conseguir transportar o meu fado ao vivo para um estúdio, que não é o habitat natural do fado. É um desafio e eu fico muito contente por perceber que consegui ultrapassar isso.»

O segredo foi «não tentar limpar e polir de mais o disco»: «Deixar algumas respirações, deixar algumas coisas que são normais para quem está a tocar. Nós somos humanos, não somos máquinas».

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