O músico norte-americano Lou Reed andou dois anos a captar paisagens naturais com a sua máquina fotográfica digital e uma selecção dessas imagens será mostrada na exposição «Romanticism», que abre na sexta-feira o Estoril Film Festival.
O músico é um dos convidados da quarta edição do festival organizado pelo produtor de cinema Paulo Branco, mas não dará qualquer concerto no evento. Lou Reed vem a Portugal apenas para inaugurar a sua exposição, que ficará patente ao público no Centro de Congressos do Estoril.
PUB
No lote das fotografias de Lou Reed, apenas uma se vislumbra uma figura humana, Laurie Anderson, mulher do músico, a contrastar com o cenário natural, refere a agência Lusa.
Em entrevista em Novembro de 2009 ao jornal britânico «The Independent», Lou Reed explicou que apenas quis captar a luz das paisagens que encontrou em viagem, na China, Dinamarca, Espanha ou em Itália.
«Eu penso na câmara [fotográfica] como se fosse a minha alma. Tal como acontece com a guitarra», explicou Lou Reed ao jornal, citado pela agência noticiosa.
O músico garante que nas fotografias não há photoshop e que os efeitos conseguidos são apenas «instinto e técnica" na captura da «luz perfeita», resultado do uso de uma máquina e de uma tecnologia [digital] pela qual diz ter sempre esperado.
Lou Reed há muito que faz fotografia, ainda desde o tempo em que frequentava o estúdio The Factory e o circuito do artista plástico Andy Warhol, nos anos 1960.
Documentário «Red Shirley»
PUB
Além da exposição, Lou Reed apresentará no sábado no Estoril o documentário «Red Shirley», o filme que marca a sua estreia enquanto realizador. Neste documentário, o artista traça um retrato íntimo de uma prima, Shirley Novick, actualmente com cem anos.
Novick sobreviveu a duas guerras mundiais, tendo trocado a sua Polónia natal pelos EUA.
O ex-Velvet Underground dará ainda uma masterclass no sábado, depois da exibição ainda dos filmes «Lou Reed`s Berlin», de Julian Schnabel e «Final Weapon», de Stephan Berwick.
PUB