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Novo disco de Patrice volta a tratar o «reggae» por tu

«Free-Patri-Action» inova pouco mas é de fácil escuta

Mostrou ao que vinha ainda no século XX, com apenas 19 anos de idade, quando lançou o primeiro disco «Ancient Spirits». Quase uma década depois, o que mudou na carreira de Patrice? Aparentemente, a resposta está em algumas inquietações acrescidas ao nível das letras, um abrandamento nas melodias e «piscadelas de olho» ao universo pop, enquanto procura mostrar que a maturidade é algo de que não se deve fugir.

Acabadinho de chegar às lojas, «Free-Patri-Action» tem as qualidades e os defeitos dos outros discos de Patrice e não corrompe o seu percurso. Apesar disso, quer mostrar-se como o trabalho da libertação, depois do DVD «Raw and Uncut», de 2006, ter sido assumido como o fim de uma etapa artística. O que é certo é que se, por um lado, volta a ser simples, de fácil escuta e companhia proveitosa em viagens de carro mais cinzentas, por outro o novo disco inova pouco, volta a tratar o «reggae» com alguma superficialidade e não procura ser mais ousado na construção das canções.

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Mais melancolia, a mesma naturalidade

De origem afro-germânica, Patrice continua a mostrar que a consciência social se constrói ao mesmo tempo que os acordes de guitarra, aqui cada vez mais isolada e protagonista de simpáticos números cosmopolitas. Sim, esta música desprende-se do espírito mais festivo de trabalhos anteriores e quer acompanhar os tempos de hoje de alguma melancolia e cepticismo.

É por isso que «Clouds», o primeiro «single», emerge também como tema inicial do alinhamento, capaz de expressar as tonalidades que se vão prolongar por 12 canções homogéneas. Não há aqui um passo em falso, mas também não se verifica um «passo de gigante» para um patamar seguinte. Patrice é o que sempre foi, está apenas um pouco mais contemplativo. Não particularmente monótono, não particularmente inventivo. Apenas o que sempre foi.

Há somente alguns rasgos no quarto tema, «Is it Me»; no dueto que Patrice faz com a melosa Ayo-uma das novas vozes de uma «soul» singela e irresistível-, em «Same Ol¿Story»; ou em «He Dont Answer». Este é inclusivamente o tema em que Patrice se aproxima mais do «reggae» que o continua a inspirar, com direito a sopros, palmas e a coros contagiantes, que rapidamente lembram Bob Marley.

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Porém, a dispersão também aparece e há pontos muito fracos como o demasiado superficial «Appreci-luv», que se assemelha a música de anúncio televisivo menor, ou o repetitivo «Do Things to You».

Em Portugal a 20 de Julho

No fundo, quem é fã de Patrice vai continuar a sê-lo, quem não aprecia esta estilização do «reggae» dificilmente se aproximará. A música de acordes fáceis continua a ser o mote para um artista que, ainda assim, é descomplexado e se esforça por ser autêntico.

É na tentativa de prosseguir um rumo em nome próprio e de continuar a homenagear o género que o lançou que Patrice convence com «Free-Patri-Action». Se dúvidas existirem, estas poderão ser desfeitas a 20 de Julho, dia em que o artista participa no Festival Delta Tejo.

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