Milhares de açorianos encheram na quarta-feira o pequeno recinto natural na margem da Lagoa das Sete Cidades, em São Miguel, para assistir ao concerto dos Blasted Mechanism.
Muitos marcaram presença por serem fãs dos Blasted Mechanism e quererem conhecer o novo álbum, «Mind at large», mas havia também quem não quisesse perder um espectáculo de características únicas e num local inusitado.
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Foi o caso de Mafalda, Rita e Tânia, micaelenses de 18 anos, que assistiram pela primeira vez a um concerto na Lagoa das Sete Cidades.
Em declarações à Lusa no final do concerto, as três amigas disseram que não conheciam bem a música dos Blasted Mechanism, mas não podia deixar de estar presentes.
«Não podíamos perder isto e o concerto foi muito anunciado nas últimas semanas», disse Rita Nóia.
A banda portuguesa escolheu a Lagoa das Sete Cidades para lançar o novo álbum, por ser um local de proximidade com a natureza, de equilíbrio e harmonia entre forças opostas, entre o fogo vulcânico e a água da lagoa.
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«É um orgulho recebê-los cá e o cenário foi o mais adequado», sublinhou Tânia Machado, que disse identificar-se mais com o espírito da banda do que propriamente com a música.
«Mind at large» é «uma viagem aos antípodas da mente»
Para esta adolescente, o mais interessante dos Blasted Mechanism é «a maneira como eles pensam, a ideia que têm da vida», a constante referência à espiritualidade, à busca de uma renovação interior.
No palco, os seis músicos dos Blasted Mechanism apresentaram a nova faceta visual, cujo conceito muda em cada novo álbum, estrearam um novo instrumento, construído a partir da conjugação entre o bambuleco, o banjo e o bandolim, e testaram os novos temas.
O público mostrou-se receptivo perante a novidade, já que o álbum só é editado na segunda-feira, mas foi nos temas mais antigos que se sentiu maior dinâmica com a banda, agora com um novo vocalista, Guitshu.
Apesar da renovação que querem imprimir em cada novo álbum, a sonoridade dos Blasted Mechanism já está afinada há vários anos, num caldeirão rock onde entram também sons do Oriente, de África, ritmos tribais e acordes de trupes balcânicas.
O concerto de quarta-feira à noite, marcado ainda por alguma chuva e lua cheia, deu o mote para a próxima digressão do grupo, que incluirá passagem pelo México e alguns países da Europa, onde está assegurada distribuição de «Mind at large»:
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