O regresso do Rock in Rio a Lisboa fez-se em tons de negro num primeiro dia totalmente dedicado ao rock pesado e ao metal. Longe das enchentes de outras ocasiões, a Cidade do Rock, mais uma vez instalada no Parque da Bela Vista, recebeu cerca de 40 mil pessoas para uma maratona de concertos em que as estrelas foram os norte-americanos Metallica.
A banda californiana regressou ao festival quatro anos após a última passagem e apresentou um novo espetáculo de celebração dos 21 anos sobre o lançamento do álbum homónimo, «Metallica», mais conhecido entre os fãs como «Black Album».
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O disco lançado em 1991 nunca reuniu consenso entre os seguidores mais antigos da banda por afastar-se do thrash metal dos trabalhos antecessores. Mas a verdade é que sem o sucesso de «Black Album», os Metallica não seriam os gigantes da música que são, com direito a encabeçarem festivais como o Rock in Rio com produções de palco com efeitos pirotécnicos e lasers.
Longe de ser perfeito, o álbum deixou êxitos inevitáveis, como «Enter Sandman», «Nothing Else Matters» ou «Sad But True», que ajudaram à construção daquela que é a «família Metallica». Mais do que um conjunto de fãs dedicados, falamos mesmo de várias gerações, de filhos e netos a pais e avós, que vivem intensamente cada concerto do grupo em Portugal (e não têm sido poucos nos últimos anos).
Na prometida interpretação integral de todos os temas do «Black Album», os Metallica não quiseram atirar-se logo de cabeça e começaram o concerto com algumas passagens por êxitos de outros tempos, casos de «Hit The Lights», de 1983, e «Master of Puppets», de '86.
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Aquecidos os motores (da banda e da plateia), lá veio uma boa dose de nostalgia para muitos trintões que cresceram a ouvir o amado/odiado disco de 1991. E de repente foi quase como se regressassem 19 anos no tempo quando os Metallica fizeram a estreia em Portugal no antigo Estádio de Alvalade na tournée de apresentação deste mesmo trabalho.
Em palco, James Hetfield (voz e guitarra), Kirk Hammett (guitarra), Lars Ulrich (bateria) e Rob Trujillo (baixo) continuam a ser uma das mais eficazes máquinas de entretenimento para «rockeiros» e «metaleiros», ainda que momentos existam em que a energia e entusiasmo possam ajudar a esconder algumas falhas na execução.
Mas inevitavelmente a noite estava ganha. Ao fim de quase duas horas de concerto, bastou ver a reação do público a «Seek & Destroy» para perceber que apesar do risco em levar um disco inteiro para um festival, esta foi mais uma passagem vitoriosa dos Metallica por Portugal. A banda agradeceu à «família» e os fãs portugueses retribuíram.
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Mão Morta e Sepultura abriram as hostilidades
Neste primeiro dia de Rock in Rio Lisboa 2012, os Mão Morta acabaram por ser os mestres de abertura do festival, subindo ao Palco Sunset por volta das 17h00 na companhia de Pedro Laginha, ator e vocalista dos Mundo Cão, e o escritor Valter Hugo Mãe.
O Palco Mundo foi inaugurado pelos Sepultura, que com o grupo de percussão Tambours du Bronx ganharam uma dimensão ainda mais tribal em temas como «Territory» e «Roots Bloody Roots».
Mastodon a saber a pouco
Ainda antes do pôr do sol, e enquanto o guitarrista dos Sepultura, Andreas Kisser, se juntava aos Kreator no palco secundário, os norte-americanos Mastodon voltaram a confirmar os atributos já mostrados no concerto no Coliseu de Lisboa, em janeiro.
Instrumentalmente irrepreensível, a banda esteve também em alta nas vocalizações (o calcanhar de Aquiles, especialmente ao vivo) e marcou pontos com «Curl of the Burl» e «Blood and Thunder». Pena foi que o concerto tenha durado menos de uma hora.
Do metal progressivo para o rock alternativo a puxar para o gótico, os Evanescence voltaram ao Rock in Rio oito anos após a estreia na primeira edição lisboeta. Amy Lee, a única mulher em palco no arranque do festival, liderou um concerto que dificilmente ficará para a história do Rock in Rio.
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