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MexeFest: até para o ano, Lisboa. Até já, Porto

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James Blake, Blood Red Shoes e Dead Combo foram os protagonistas da última noite do festival. Cidade Invicta recebe o MexeFest a 2 e 3 de Março

Foi de palco em palco que se fez a festa nesta segunda e última noite do Vodafone MexeFest. O percurso deste sábado levou-nos desde a Igreja de S. Luís dos Franceses até à derradeira paragem na estação de metropolitano dos Restauradores. Tudo isto depois de seis horas a subir e a descer a Avenida da Liberdade de concerto em concerto.

A pequena igreja da Rua das Portas de Santo Antão recebeu um dos primeiros espectáculos da noite, protagonizado pelo Coro Africano, às 20h30. Depois do arranque harmonioso seguimos para a vizinha sala da Sociedade de Geografia de Lisboa onde Filho da Mãe (nome artístico do guitarrista Rui Carvalho) deslumbrou nas seis cordas. «Encontrei Os Teus Dentes», «Não Sei Desenhar Barcos» e «Sobretudo» são temas de escuta obrigatória para qualquer amante do som quente de uma guitarra acústica.

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Antes de subirmos a avenida em direcção ao Teatro Tivoli, descemos até ao metro dos Restauradores onde uma plateia bem composta o suficiente para não deixar ver a banda à sua frente cantava com os Doismileoito o novo single «Quinta-feira».

No Tivoli, poucos eram os lugares vazios para a recepção a Tó Trips e Pedro Gonçalves, duas personagens que arranham as cordas como poucos. Os Dead Combo tinham um novo disco para mostrar e levaram o público numa viagem pelas ruas e vielas de uma Lisboa de sons mestiços. E «Lisboa Mulata» ecoou pela sala com «Cachupa Man», «Anadamastor» e «Morninha do Inferno», entre outras das novas melodias.

Em mais uma descida até às Portas de Santo Antão, fomos espreitar Carlos Nobre (o Pacman dos extintos Da Weasel) e o seu mais recente projecto a solo - Algodão. Acompanhado por dois músicos, Carlão surge aqui em registo spoken word, deixando as rimas de fora e despejando o que lhe vai pela alma sem pudores e de forma inteligente. Uma actuação diferente que, pelas 22h40, merecia mais público.

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Enquanto a dinamarquesa Oh Land se estreava ao vivo em Portugal, na Sala 1 do Cinema São Jorge, as atenções viravam-se novamente para o Tivoli. Afinal, o concerto de James Blake era provavelmente o mais esperado de todo o festival e a fila com uns bons 200 metros de comprimento à porta do teatro assim o confirmava.

No regresso ao nosso país, o músico britânico teve uma sala inteira a seus pés. Um autêntico fenómeno que provocou gritos de entusiasmo e declarações de amor por parte de alguns fãs, censurados por outros com «xius» e pedidos de silêncio.

O Tivoli «estremeceu» com os graves puxados o suficiente para sentirmos a ressonância na garganta. Com o apoio de um guitarrista e um baterista, James Blake mostrou os temas do seu álbum de estreia, bem como o animado «CMYK» ou a versão de «A Case of You», um original de Joni Mitchell.

A electrónica de Blake, entre as batidas desconcertantes e a desconstrução da voz do inglês, terá ganho mais alguns fãs em Lisboa com momentos como «The Wilhelm Scream» e «Limit To Your Love» (de Feist).

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Do outro lado da avenida, os norte-americanos Toro y Moi não tiveram problemas em arrancar a plateia do conforto das cadeiras da sala principal do São Jorge. Dançar era imperativo, mas aproximava-se a hora de fazermos uma última viagem até à derradeira paragem deste Vodafone MexeFest. Com bombas como «I Wish I Was Someone Better» e «It's Getting Boring by the Sea», os Blood Red Shoes voltaram a mostrar uma dinâmica e energia invejáveis saídas da guitarra de Laura-Mary Carter e da bateria de Steven Ansell.

Mais uma vez a estação dos Restauradores não foi a melhor escolha para um concerto que só pôde ser visto por quem estava em frente ao «palco». Apesar da boa acústica do espaço, este é certamente uma «sala» a repensar em futuras edições do festival.

O «até para o ano» a Lisboa é um «até já» para o Porto, que recebe o MexeFest nos dias 2 e 3 de Março. O cartaz ainda é desconhecido, mas a certeza é que este é um festival capaz de agitar qualquer cidade.

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