Cartas escritas pelo pai de Anne Frank, dando conta das suas tentativas de levar a família para os Estados Unidos, foram tornadas públicas em Nova Iorque, noticia a agência Lusa.
«Anne Frank podia ser hoje uma mulher de 77 anos, escritora, a viver em Boston», disse Richard Breitman, professor de História da American University (Washington), dando conta dos documentos ocasionalmente descobertos no Instituto Yivo de Arquivos Judaicos.
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Para o Instituto e para os historiadores, a descoberta foi essencial.
«Não sabíamos até que ponto o pai, Otto, tinha tentado desesperadamente fazer sair a família da Holanda ocupada pelos nazis», afirmou Breitman.
Os 65 documentos descobertos, entre os quais três cartas de Otto Frank, mostram as tentativas feitas em 1941 para levar a família para os Estados Unidos.
Numa delas Otto pede, como solução de recurso, um visto para Cuba, não se sabendo se obteve resposta.
Numa das cartas apela deste modo ao seu amigo norte-americano Nathan St raus Jr., filho do fundador dos Grandes Armazéns Macy: «Eu não te pediria se as condições não me forçassem a fazer tudo o que posso para evitar o pior».
Naquela época as políticas de imigração nos Estados Unidos tornaram-se mais restritivas, nomeadamente por razões de segurança nacional e de espionagem.
Estes documentos foram descobertos por acaso, em meados de 2005, no Instituto Yivo por um arquivista que reparou numa pasta onde faltava uma data.
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