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Tsunami: Missão portuguesa ajuda vítimas mais três anos

A Oikos é a única ONG portuguesa que ainda se encontra na Indonésia. Água e saneamento são os objectivos principais desta equipa. Podem vir a assumir missões na área da saúde Veja fotos da missão

Uma equipa de voluntários da Oikos encontra-se na Indonésia a prestar auxilio às vítimas do tsunami. É a única ONG portuguesa a marcar presença no local. Com tradição em missões humanitárias de longo prazo, a organização pretende ficar no local durante três anos e prevê ajudar cerca de 30 mil pessoas logo nos primeiros dez meses de missão.

A equipa portuguesa, constituída por um engenheiro da água e saneamento e um coordenador logístico, partiu para a Indonésia no dia 26 de Janeiro para juntar-se a outros membros de filiais internacionais da Oikos, que já se encontravam no local.

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A equipa começou a intervir numa fase já mais de recuperação do que de emergência, com o objectivo de restabelecer as condições mínimas de subsistência, que incluem água, alimentação, saneamento e saúde pública.

Logo de início, os membros da equipa portuguesa da ONG integraram a equipa da Protecção Civil portuguesa presente em Banda Aceh, que regressou na passada terça-feira a Portugal. Participaram também na realização de um diagnóstico de necessidades, assim como em reuniões com autoridades locais, com a finalidade de renovar a intervenção da presença oficial da cooperação portuguesa através da reconstrução, equipamento e manutenção dos postos de saúde na área.

Só no dia 18 de Fevereiro é que a equipa da ONG portuguesa conseguiu iniciar a sua primeira recolha de amostras de água para efeitos de análise, através do equipamento levado para o local. A recolha foi feita nas zonas mais devastadas pelo tsunami. As primeiras pessoas começavam a regressar para reabilitar e reocupar as suas casas, tornando essa tarefa essencial.

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De momento, a equipa está a terminar a recolha de dados referentes ao sub-distrito de Ulee Karengcom, com o objectivo de desenvolver um projecto de água e saneamento, articulando-o com o trabalho desenvolvido pela missão portuguesa no domínio da saúde. Foi também convidada para resolver o problema da água e saneamento do campo de deslocados de Lambaro Agang, que se prevê que esteja ocupado por seiscentas pessoas pelo menos durante os próximos dois anos e onde a água se encontra a mais de cem metros de profundidade.

Outro dos objectivos da equipa é levar a população a adoptar hábitos de higiene adaptados à situação, principalmente nos campos de deslocados. Para tal, é essencial a construção de latrinas e fossas sépticas para os dejectos e a distribuição de produtos de higiene, tal como baldes, sabão, etc.

Os custos estimados para a missão de arranque, que tem duração prevista de cerca de um ano, são de 150 mil euros, que de momento a Oikos está a assegurar sem qualquer ajuda externa. «A missão está a ser, até agora, totalmente financiada por nós. Mas está a ficar complicado», explicou ao PortugalDiário fonte da OGN portuguesa.

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A Oikos organizou uma campanha de angariação de fundos para ajudar nos custos desta missão humanitária, que está a decorrer nos hipermercados Jumbo e Pão de Açúcar, com a venda de cartões com valores de um, cinco, dez e 25 euros. E se a compra de um cartão de um euro permite dar água a uma criança durante duas semanas, a compra de um de 25 euros já permite dar água a uma aldeia com 100 habitantes, durante uma semana.

Mas a campanha não está a dar os frutos esperados. «Não temos ainda nem um terço do que precisamos. A campanha está a ter resultados mas ainda não os suficiente. Precisa de ser mais divulgada», adiantou ao PortugalDiário fonte da organização.

Na próxima segunda-feira, dia 7 de Março, a Oikos vai reunir com o Ministério da Saúde para decidir se é possível a organização continuar o trabalho na área da saúde iniciado pela equipa da Protecção Civil portuguesa que esteve em missão humanitária em Banda Aceh e regressou na passada terça-feira a Portugal. Se isso acontecer, «a Oikos vai poder enviar uma equipa maior, já com médicos» e contará com o financiamento do governo, explicou ao PortugalDiário fonte da ONG.

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