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Perda de biodiversidade prejudica saúde

ONU alerta que muitos organismos que podem ser usados para tratamentos estão ameaçados

O risco de perder novos tratamentos médicos para o cancro, osteoporose e outras doenças por causa da perda de biodiversidade no planeta foi esta quarta-feira motivo de um alerta das Nações Unidas, segundo noticia a agência Lusa.

Achim Steiner, director executivo do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), afirmou que é necessário «actuar rapidamente» para travar essa perda de biodiversidade, explicando que muitos organismos que os cientistas podem usar para tratamentos estão ameaçados de extinção.

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«Temos de fazer alguma coisa acerca do que está a acontecer com a perda da biodiversidade», afirmou Achim Steiner, salientando a necessidade de ajudar a sociedade a entender a dependência que as economias e a vida humana têm sobre a diversidade de espécies.

O alerta lançado por Achim Steiner é uma das conclusões de um novo livro de medicina à margem da conferência da UNEP em Singapura, que acolheu cerca de 600 homens de negócios e especialistas da área do ambiente.

O livro «Sustentando a Vida» baseia-se num trabalho de mais de uma centena de especialistas, alguns dos quais de Universidade de Harvard, e é apoiado por várias organizações, incluindo a UNEP.

Uma rã extinta e úlceras gástricas

Um exemplo ilustrativo das consequências da perda da biodiversidade para a medicina, mencionado pelos autores do livro, é a de uma rã descoberta nos anos 80 em florestas virgens da Austrália.

Essa rã transporta a cria no estômago, o que causou espanto na comunidade científica, uma vez que, em outros animais, a cria seria destruída pelas enzimas e ácidos do estômago.

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Os estudos preliminares indicaram que as rãs bebés produziam substâncias que as protegem daquela destruição, o que se tornou uma pista para tratamentos de úlceras gástricas.

Mas, segundo o livro, a rã foi declarada extinta antes de concluírem os estudos.

No ano passado, a lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza revelou estarem nessa situação mais de 16 mil espécies.

Achim Steiner adiantou que o livro, hoje divulgado, retrata vários grupos de organismos ameaçados com grande potencial para a evolução de tratamentos médicos, entre os quais os anfíbios, os ursos, as cobras, os tubarões e macacos.

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