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Merkel quer "enterrar" o Syriza ao recusar negociar até ao referendo

Constança Cunha e Sá condena posição de "intransigência" e estratégia da Alemanha, bem como da Europa, na resolução da crise grega

A jornalista da TVI recordou ainda as palavras de hoje do chefe de Governo espanhol, que apoiou que o Syriza abandone o Governo caso ganhe o "sim" no referendo à proposta dos credores.

Constança Cunha e Sá entende que a Europa já entrou no "terreno desconhecido" de que falava Mario Draghi há poucas semanas. Esta terça-feira, 30 de junho, é a data limite para o pagamento da Grécia aos credores e, embora tenha havido nova proposta de Alexis Tsipras, o Eurogrupo, reunido de emergência, recusou. A chanceler alemã Angela Merkel põe de parte, inclusive, negociar até à realização do referendo à proposta dos credores. Com essa estratégia, quer "enterrar o Syriza", na perspetiva comentadora da TVI24.

"A partir de hoje, a Grécia fica entregue a si própria. Fica sem apoio nenhum e também não tem dinheiro para pagar ao FMI e isso leva a uma situação de incumprimento. É pela conjugação destes dois fatores de muito risco que não vejo como muito provável o BCE aumentar financiamento de emergência", começou por descrever Constança Cunha e Sá. 

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"Depois, a posição de intransigência por parte da Alemanha. A senhora Merkel já disse que não ia entrar em mais negociações até à realização do referendo. É exatamente para enterrar o Syriza"

"Mariano Rajoy disse alto o que todos eles pensam. Não quiseram nunca negociar com o Syriza. Tivesse sido qualquer outro partido a apresentar as medidas que o Syriza apresentou e esse acordo teria ido para a frente. Agora  o Syriza cometeu um erro capital de desafiar a autoridade alemã e no meio disto tudo estão os gregos e a democracia", constatou. 

Mesmo que vença o "sim", para Cunha e Sá "não é líquido o que vai acontecer". Nesse cenário, "Tipras já disse que não será ele a aplicar medidas de austeridade e que se demitirá. E realmente não teria condições políticas de continuar a governar".

"Se se demite, quem é que assegura a governação? Um governo de unidade nacional? Depois é preciso formar um novo acordo e as negociações para o 3º resgate não vão ser fáceis", vaticinou.   

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