Neste momento, entre os 27 países da União Europeia, Portugal está em 12.º lugar em termos de contágios e em 9.º relativamente às mortes por covid-19. No entanto, Paulo Portas entende que o que pode colapsar não é a capacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) lidar com os doentes infetados, mas sim a capacidade de lidar com os doentes covid e não covid ao mesmo tempo, principalmente, com a aproximação do inverno.
Nós estamos a aproximar-nos de um número de internados e de um número de internados em unidade de cuidados intensivos que se não for travado, se não for aumentada a capacidade, podem pôr em causa não a capacidade do SNS para tartar do covid, mas a capacidade do SNS para tratar de covid e não covid", disse no seu espaço de comentário "Global", aos domingos, no Jornal das 8.
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O comentador da TVI explicou que aquilo que mais o preocupa neste momento, não é o aumento do número de novos casos diários, mas sim o número de mortes por cada 100 mil habitantes.
O Governo entrou em pânico?Aquilo que eu acho mais preocupante é que Portugal, num curtíssimo espaço de tempo, passou de um rácio de 1,2 relativamente ao número de fatalidades por cada 100 mil de habitantes, para 1,6", referiu.
Paulo Portas considera normal que o Governo, ou as autoridades de saúde, tomem algumas decisões erradas ao longo da pandemia, uma vez que o "desconhecido é muito grande", mas, em contrapartida, alega que não podem ser repetidos os mesmos erros.
Eu não tenho nenhum prazer em verificar que o Governo demonstra impreparação. (...) Eu fiquei com a sensação, com toda a franqueza, que o Governo entrou em pânico".
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E lançou a pergunta: "Quem é que não avisou o primeiro-ministro de que nós estávamos na iminência de chegar aos 2.000 casos por dia? Porque ou foi a DGS que não avisou a ministra [da Saúde] suficientemente, ou foi a ministra que não avisou o primeiro-ministro".
Na ótica do comentador, o Governo tem de aumentar, e muito, a capacidade de testagem e de rastreio e garantir segurança e oferta nos transportes públicos.
Disse ainda que António Costa tem de assegurar aos portugueses que estes têm acesso a todos os cuidados de saúde mesmo quando têm outras doenças que não covid, nomeadamente, consultas e cirurgias.
Obrigatoriedade do uso da máscara e da aplicação StayAway CovidPaulo Portas defende que o uso da máscara deve ser obrigatório, ainda que a Direção-geral da Saúde e a própria Organização Mundial da Saúde tenham, em tempos, "desprezado o seu uso".
Quanto à obrigatoriedade da instalação da aplicação StayAway Covid, o comentador alerta para um pequeno pormenor que, na sua ótica, "escapou ao Governo".
No caso português, a característica voluntária da app está, creio eu, no contrato com a Apple e com a Google. E, portanto, se mudam o caráter voluntário, a app desaparece".
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