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O janeiro que abalou a nossa tolerância: a evolução da covid-19 no primeiro mês do ano

Em Global, Paulo Portas traçou o cenário do mês mais grave da pandemia em Portugal

Portugal atravessa atualmente a pior fase da pandemia de covid-19. O país apresenta os números mais graves, tendo igualado este domingo o recorde de mortes diárias, que há poucos dias se tinha fixado nas 303.

Na sua análise semanal, Paulo Portas procurou refletir no mês de janeiro, o primeiro de 2021, que se apresentou como o pior de todos desde que a doença chegou a Portugal, em março de 2020.

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Em Global, o comentador fala no "janeiro que abalou a nossa tolerância", ainda que se mostre com "esperança" de que os portugueses ganhem intolerância "em relação ao que não pode voltar a acontecer".

Analisando a evolução da covid-19 em Portugal no mês que agora termina, Paulo Portas aponta que o país quase duplicou a mortalidade, mesmo face a anos em que o inverno foi mais rigoroso.

O analista lembra que entre estas vítimas estão, não apenas aquelas que morreram com o novo coronavírus, mas também aquelas cujas doenças são prejudicadas pelas falhas no antendimento no Serviço Nacional de Saúde.

Isto tem uma consequência na nossa reputação como país. Estamos a ficar na primeira página de jornais internacionais ou em reportagens de canais de televisão relevantes no mundo, que apontam Portugal como o pior caso nas fatalidades", apontou.

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Para Paulo Portas, o atual momento exige uma reflexão da parte de todos, para que a pandemia possa começar a ser combatida com eficiência.

Analisando os dados mais recentes, podemos ver que Portugal teve um aumento de 43% na média diária de mortes da semana 11 para a semana 12, a última a ser contabilizada.

Portugal encontra-se atualmente no topo dos países com mais mortes por milhão de habitantes. O comentador refere que esta é uma tendência ainda mais grave, até porque o nosso país faz parte do grupo de quatro nações que pioraram na última semana, nomeadamente a nível de casos por 100 mil habitantes, segundo dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).

A par de Portugal, Espanha, Finlândia e França também viram os seus dados piorar, ainda que não tanto como no nosso caso: "Tomara eu piorar o que a Finlândia piorou", atirou Paulo Portas sobre aquele que é um dos países da União Europeia com menos casos por 100 mil habitantes (passou de 70 para 90).

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Em contracorrente, 25 países que comunicam dados ao ECDC apresentaram resultados mais animadores, o que leva Paulo Portas a concluir: "Isto não era inevitável".

Agravamento apesar do reforço de medidas

As medidas de combate à covid-19 foram anunciadas pelo primeiro-ministro a 18 de janeiro. Três dias depois, António Costa juntou-lhes o encerramento das escolas por 15 dias, para mais tarde o Governo anunciar o regresso ao ensino à distância, que deve ser efetuado a 8 de fevereiro.

Ainda que a tendência de casos continue a ser crescente, Paulo Portas nota uma ligeira melhoria, sobretudo no ritmo desse crescimento.

Estávamos a crescer, em número de contágios diários, 23% na semana anterior. Crescemos agora 11%", reflete.

O crescimento mais gravoso será mesmo o das mortalidades, que dispararam na segunda quinzena de janeiro.

Portugal registou este domingo 303  mortes relacionadas com a covid-19 e 9.498 casos de infeção por SARS-CoV-2, segundo a Direção-Geral da Saúde.

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 12.482 mortes associadas à covid-19 e 720.516 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, estando ativos 181.623 casos.

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