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Marcelo Rebelo de Sousa disse este domingo, no Jornal das 8 da TVI, que «olhando para o material» avançado pela comunicação social, sobre as escutas a José Sócrates, «parece confirmar-se» uma questão que o próprio professor levantou «desde a primeira hora»: que o amigo do ex-primeiro-ministro «Carlos santos Silva ficou muito rico durante a governação de Sócrates, ou muito mais rico. Teoricamente, parece um facto», afirmou, quando questionado por Judite Sousa sobre os novos desenvolvimentos da denominada operação Marquês.
«Haveria pedidos de Sócrates para apoio, não em termos de casa mas dinheiro. Se for verdade o que se publica, também seria um facto». «O negócio da avença, aparentemente, se for verdade o que vem na comunicação social, também é certo», continuou o professor.
«A grande questão» é conseguir provar os crimes de corrupção. «O problema aí é estabelecer a ligação entre esse amigo muito amigo que vai apoiando José Sócrates e a corrupção. A corrupção significa a contrapartida de um favor concreto, específico, de tal maneira que é possível relacionar uma coisa com a outra»
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«Sentimos, quem está fora, sente-se que é fazer um nexo de ligação entre o apoio do amigo de Carlos Santos Silva a José Sócrates, ao longo do tempo, em termos financeiros, e determinar tipo de atos do governo que possam avançar para o crime de corrupção»
O professor, ex-presidente do PSD, entende que a defesa de Sócrates está a jogar em dois campos. «O advogado esta semana veio dar-nos uma surpresa. Toda a gente esperava que apresentasse recurso amanha, mas disse que já tinha apresentado uma reclamação contra a prisão preventiva» antes, com o «novo argumento que é que investigação estaria a durar há muito tempo».
Ou seja, «a defesa de José Sócrates está em duas linhas: uma, o recurso de amanhã [segunda-feira] para a Relação; outra a reclamação do despacho de prisão preventiva que está nas mãos de Carlos Alexandre»
No seu comentário, Marcelo Rebelo de Sousa abordou, ainda, por outro lado, a eventual coligação nas próximas eleições legislativas, entre PSD e CDS-PP. E não poupou críticas tanto a Passos Coelho como a Paulo Portas, pela demora na decisão.
Já quanto à privatização da TAP, explicou a «confusão» em relação à venda total ou parcial que tem provocado acesa discussão entre o PS e a maioria PSD/CDS-PP. Sobre a greve do final do ano na transportadora aérea, considerou-a «desastrosa».
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