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Medina Carreira faz um diagnóstico negro em relação à sustentabilidade da Segurança Social, considerando que este é um problema para o qual não há uma solução “em tempo útil”. O assunto foi o tema do programa “Olhos nos Olhos” esta segunda-feira, que contou com a presença da economista e antiga Secretária de Estado da Segurança Social Maria Margarida Corrêa de Aguiar.
“Isto não tem solução em tempo útil. Tudo o que se possa fazer, e é pouco, não resulta em dez anos. […] É uma situação muito difícil e não é com mentiras que se sai disto.”
“As pessoas vivem bombardeadas com uma série de truques eleitorais. […] Estamos num ambiente de mentira pegada.”
A economista sublinhou que “há um problema grave de confiança” no sistema de pensões e que essa desconfiança, quer por parte dos pensionistas, quer por parte das gerações mais novas, “é legítima”. Uma situação que decorre, de acordo com a antiga governante, da alteração permanente das regras sobre as pensões, sem que haja a definição de "um projeto para a Segurança Social".
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“Na última década, foram tomadas muitas medidas, mas a permanente alteração das regras das pensões, quer do seu cálculo, quer do acesso e os cortes avulsos, descontextualizados de um projeto para a Segurança Social, que visam necessidades orçamentais, criou uma enorme desconfiança no sistema e essa é muito fácil de se desmultiplicar.”
Maria Margarida Corrêa de Aguiar explicou que este novo sistema implica a criação de uma conta individual para cada trabalhador, onde são registadas as respetivas contribuições e estas são valorizadas em função de uma taxa de juro que espelha o comportamento real da economia.
“As pessoas contribuem, mas a pensão vai estar subordinada ao que for a economia e a evolução demográfica. […] Há um controlo e há uma grande transparência. […] Isto cria um enorme incentivo a que as pessoas contribuam porque cada euro que contribuem reverte a favor de um capital que vai ser valorizado e que vai dar origem a uma pensão.”
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"Temos pensionistas a a criação de um novo sistema deve ficar separado desta herança social. Temos que assumir que temos um compromisso com estes atuais pensionistas e temos que calcular com rigor quanto custa este compromisso."
“Ou se corta ou se pede dinheiro emprestado e isto só pode mudar quando se criar um sistema que se adeqúe a realidade.”
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