Marcelo Rebelo de Sousa não teve dúvidas em classificar o frente-a-frente entre Passos Coelho e António Costa. O líder do PS "ganhou". Sobretudo na "iniciativa" e por ter feito uma "gestão política" do debate, ao contrário do líder do PSD e da coligação Portugal à Frente, que fez, segundo o comentador da TVI, uma "gestão tecnocrática".
"Passos Coelho tem um discurso muito longo que exige tempo. A sucessão de perguntas não permitia terminar o raciocínio e demonstrou muita dificuldade, regressando a pontos anteriores. [Invocar Sócrates neste debate não foi um trunfo], precisamente porque Pedro Passos Coelho ia preparado para expor o que tinha feito e projetos futuros e foi apanhado de surpresa por António Costa 'o senhor fez isto' e pô-lo à defesa. Surpreendentemente ficou à defesa, sempre a justificar-se", começou por dizer o professor.
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"As questões formuladas foram muito mais sobre passado do que futuro e a penalização é muito grande, punham à partida Passos Coelho à defesa e ele deixou-se encurralar muitas vezes"
"Mesmo na segurança social não fez passar a mensagem do buraco da proposta do PS, nos impostos começou a equilibrar, na saúde, mas foi tudo a correr, um bocadinho mais...", exemplificou.
O comentador da TVI realçou ainda que os gráficos mostrados pelo líder do PS, impressionam "sempre" em televisão, "com mensagem sloganísticas, uma ou outra a roçar o demagógico mas impressivas" e Passos Coelho sem conseguir passar a mensagem da herança que recebeu de Sócrates.
"Passos tem sido muito melhor em pré-campanha e em campanha, em atuações publicas e debates, do que hoje foi. Quando antonio costa tomou a iniciativa, Passos Coelho foi para o terreno de António Costa, a explicar ponto por ponto"
Ainda assim, notou, Passos Coelho tem ainda debate radiofónico e, "sobretudo", resto da campanha, para além da tendência das sondagens. Pelo menos até hoje era favorável.
"Costa tem de continuar a pressão e Passos tem de fazer um bocadinho mais do que morto"
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