Manuela Ferreira Leite considera que o novo acordo conseguido entre o governo da Grécia e os credores internacionais pode ter graves consequências para o povo grego, já que assenta na mesma “receita” dos últimos dois programas: a austeridade. No programa “Política Mesmo” da TVI24, Ferreira Leite disse que ao não deixar a Grécia sair da Zona Euro se “deu a mão” ao país, porém impondo-lhe condições que podem “conduzir a um desastre maior”.
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dois pontos positivos"Conheço mal a Grécia, mas o que diz quem lá vai é que naqueles locais mais aprazíveis nas janelas dos hotéis efetivamente parece uma vida normal, mas se entrar nas ruas mais laterais a essas praças mais conhecidas, aí é uma miséria absolutamente inconcebível. Mais uma vez digo, não é possível aplicar-se esta receita de forma cega, seja a que situação for. (…) Deu-se a mão à Grécia, efetivamente, mas impondo-lhe medidas que a serem executadas só podem conduzir a um desastre ainda maior."
“Há pelo menos dois pontos que considero positivos neste resgate: um é o facto de se atribuir uma parte da ajuda destinada a investimento – pode ser um contributo importante para o crescimento – e, finalmente, deixou de ser tabu a questão da reestruturação da dívida. (…) Não só o FMI declaradamente [diz] que a dívida tem de ser renegociada, mas mais importante que isso [foi] o presidente do BCE também a dizer que evidentemente é necessária uma reestruturação da dívida”.
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“Faltou mobilizar os portugueses para um projeto futuro, para um projeto de crescimento, que neste momento limita-se a ser uma questão de fé. É uma crença. Tem fé de que quando nós ajustamos estes indicadores que estavam desequilibrados por obra e graça do espírito santo começamos a crescer. (…) Em questões de economia não acredito em milagres e muito menos que o espírito santo faça alterações instantâneas em qualquer tipo de sociedade, quando essas alterações normalmente demoram uma geração.”
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