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Myanmar: deputados entre milhares de detidos

Pelo menos 10 parlamentares e 137 membros do partido da oposição foram detidos durante as manifestações de protesto

Pelo menos 10 deputados da Liga Nacional para a Democracia (LND) e 137 membros deste partido da oposição em Myanmar foram detidos durante as manifestações de protesto contra a Junta Militar, anunciou a rádio Voz Democrática da Birmânia, citada pela agência Lusa.

A emisora dissidente, com base em Oslo (Suécia), noticiou que o último detido foi U Saw Lwin, eleito deputado nas legislativas de 1990, ganhas pela LND e cujos resultados nunca foram reconhecidos pela Junta Militar.

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A LND, a principal força política da oposição em Myanmar, é liderada por Aung San Suu Kyi, prémio Nobel da Paz, que se encontra sob prisão domiciliária desde 2003.

A Voz Democrática da Birmânia também anunciou que cerca de 1.900 pessoas, incluindo monges budistas e estudantes, permanecem detidas em Insein, a norte de Rangum.

Prisioneiros de cinco, dez e 16 anos

Segundo a mesma fonte, entre os prisioneiros há monges budistas com idades de entre 16 e 18 anos e noviços de cinco a dez anos, os quais foram obrigados a levar para a prisão roupas civis.

A rádio disidente acrescentou que os detidos, que são vigiados por tropas do batalhão 77, uma das unidades militares envolvidas na repressão das manifestações, poderão ser obrigados a trabalhos forçados no campo de prisioneiros de Sagaing.

Myanmar é governada pelos militares desde há 45 anos e as últimas eleições no país realizaram-se em 1990, quando a LND venceu por larga margem o partido oficial. Em Agosto, a Junta Militar anunciou medidas de austeridade, nomeadamente um aumento de mais de 500 por cento do preço da gasolina, que motivaram protestos da população.

Os protestos assumiram maior dimensão quando os monges budistas começaram a liderar as manifestações, em 18 de Setebmro, levando a uma intervenção dos militares. Desde 25 de Setembro, segundo a oposição birmanesa, a repressão das manifestações provocou cerca de 200 mortos, embora a Junta Militar apenas reconheça a morte de 10 pesoas, incuindo um jornalista japonês.

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