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Por que mudou Ratzinger o nome para Bento XVI?

A partir de 952, os Papas passaram a renunciar ao nome de baptismo e adoptar nomes de antigos pontífices, escolhendo os que mais lhes tocavam. João ou Clemente foram nomes imitados. E Bento XVI?

Desde o ano 952 que os nomes adoptados pelos Papas eleitos têm origem nos nomes de baptismo dos pontífices que os antecederam. Um marco na história da igreja que, no entanto, não tem uma versão consensual e oficial dentro da instituição. O certo é que desde João XII que todos os Papas renunciaram ao nome de baptismo e escolheram aquele que no seu íntimo se lhes adequava mais. As razões da escolha de Bento XVI são um misto de História.

«A escolha do nome papal diz respeito apenas ao próprio. Apesar desta formalidade não ser obrigatória desde há muito tempo que assim acontece», explicou ao PortugalDiário David Sampaio Barbosa, padre e professor de História da Universidade Católica.

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Os nomes de baptismo dos Papas já falecidos são os mais diversos. Desde Lino, o segundo Papa, passando por Telésforo, Higino, Eutiquiano ou Zósimo. Nomes que se perderam no tempo e não foram posteriormente adoptados. Antes do final do primeiro milénio já era usada a numeração romana para distinguir os diversos pontificados, no entanto, o nome de baptismo era uma constante.

«Não há uma versão oficial histórica do porquê da renegação ao nome de baptismo. As fontes históricas não são claras e o que existe são várias versões sobre o que terá sucedido na época. Até porque cada mudança é justificada pelo Papa eleito», explicou David Barbosa.

Uma das possíveis explicações está relacionada com a origem do nome de baptismo. Em alguns casos os nomes eram considerados pagãos o que não dignificava a própria instituição, como aconteceu com João II que tinha como nome de baptismo Mercúrio.

De salientar que desde que se tornou tradição nem todos os Papas adoptaram nomes diferentes do de Baptismo. Aconteceu com Adriano VI e Marcelo II. A numeração é consequência de já haver Papas anteriores com o mesmo nome.

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Bento I foi eleito em 575 e faleceu em 579. Bento II só foi eleito mais de 100 anos depois, tendo os pontificados beneditinos sido instaurados com anos, e por vezes séculos, de diferença. Da regra agora de novo instaurada destaca-se Bento XV.

Foi Papa durante a I Guerra Mundial e a ele se atribui grande parte da evangelização da Europa através dos seus monges. A tradição beneditina foi agora recuperada com a motivação de Ratzinger, que foi transmitida ainda dentro da Capela Sistina. Se por um lado está centrada no pontificado do último Bento, o Cardeal D. José Policarpo explica que por outro está relacionada com São Bento, padroeiro da Europa, e com a herança da nova evangelização da Europa.

A mudança de nomes aquando da chegada a Bispo de Roma só teve expressão no final do primeiro milénio. Mas antes disso a tradição já tinha sido instaurada. Simão, apóstolo de Cristo, foi o Papa Pedro, quando Jesus lhe disse, «Tu és Pedro e sobre esta pedra erguerei a minha Igreja». Pedro do hebraico «Sefas» representa a solidez e unidade que Jesus escolheu para aquela que hoje é a maior Igreja da História.

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