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Quem sucede a João Paulo II?

Lista dos papáveis tem muitos nomes. E muitos factores poderão baralhar contas. Mas a tradição tem provado que os favoritos nem sempre são escolhidos. Daí a expressão «quem entra Papa sai cardeal»

Não é de hoje que se fazem apostas, que se apontam nomes, que se indicam favoritos. Em 1981, depois do atentado que João Paulo II sofreu na Praça de São Pedro, começaram as primeiras movimentações para uma possível sucessão papal, menos de três anos depois da eleição de Karol Wojtyla. Mas foi cedo demais. O Papa resistiu aos graves ferimentos e continuou na cadeira de Pedro, atingindo os 26 anos de papado, o terceiro longo mais pontificado. Marcado nos últimos anos pelo agravamento de saúde de João Paulo II, acabaram por baralhar as apostas nos "papabili" ("papáveis", numa tradução livre da terminologia vaticana). Inevitavelmente, também os cardeais envelheceram, diminuindo para alguns a possibilidade de serem eleitos.

Agora, quando se reunir o Colégio de Cardeais, serão ponderados múltiplos factores, que poderão definir o nome do novo Papa: um perfil mais conservador ou progressista, europeu (em especial, os italianos, que antes de Wojtyla, governaram durante mais de 450 anos) ou de outro continente, mais velho ou mais novo. E, se antes o conclave cardinalício era uma oportunidade quase rara de encontro entre os prelados, hoje, na era da globalização, os contactos entre cardeais são frequentes - e facilitam a criação de uma rede de cumplicidades, que podem ajudar a conquistar e decidir votos.

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No grupo dos elegíveis, frequentemente citados por observadores e especialistas, incluem-se, entre outros, os italianos Giovanni Battista Re, um dos próximos colaboradores de João Paulo II, Angelo Scola, conservador próximo da Opus Dei e patriarca de Veneza, e o actual arcebispo de Milão, Dionigi Tettamanzi (com mais hipóteses que o seu antecessor Carlo Maria Martini, hoje retirado e, durante anos, o preferido de reformistas).

Os membros da Cúria, como Angelo Sodano e Camillo Ruini, também são referidos. Já o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, é apontado como um Papa de continuidade doutrinal, logo de transição, por estar à beira dos 78 anos. Fora dos muros do Vaticano, o belga Godfried Daneels, o checo Miroslav Vlk, o austríaco Christoph Schoenborn e o português José Policarpo poderão ser hipóteses. No caso do patriarca de Lisboa é referido com uma possibilidade a emergir em situação de impasse.

Fora da Europa, a América Latina poderá ser preferida, em reconhecimento ao continente com mais católicos ¿ o brasileiro Cláudio Humes, arcebispo de São Paulo, conservador na doutrina, mas "progressista" no campo social, o hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga, que terá contra si "ser jovem", e o colombiano Darío Hoyos, serão os nomes mais fortes. Da Ásia, a surpresa poderia ser Ivan Dias, arcebispo indiano de Bombaim, que fala português. Já o primeiro Papa africano, desde o século V, poderá ser o nigeriano Francis Arinze, um conservador, mas especialista no Islão, que poderá ajudar ao diálogo inter-religioso.

Contra estes nomes, está a história de Karol Wojtyla - ninguém o colocava na lista dos "papabili" - e um dito romano que diz que quem entra Papa sai cardeal.

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