Um primeiro-sargento da Armada foi punido com cinco dias de detenção, que começa a cumprir na sexta-feira, por ter participado no «passeio do descontentamento» em Novembro de 2006, anunciou hoje a Associação Nacional de Sargentos (ANS), avança a Lusa.
O militar Paulo Freire presta serviço na Escola de Tecnologias Navais da Armada (ETNA), em Vila Franca de Xira, e cumprirá os cinco dias de detenção nas instalações da escola, disse à Lusa o presidente da associação, António Lima Coelho.
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Desde Agosto de 2005 já foram abertos cerca de 50 processos disciplinares a militares, dos quais resultaram perto de 100 dias de detenção, repreensões e um dia de prisão disciplinar, cumprido pelo próprio presidente da ANS.
No total, 16 militares (dez da Força Aérea e seis da Marinha) cumpriram penas de detenção por terem participado no «passeio de descontentamento», considerado ilegal pelo Governo Civil de Lisboa.
A exemplo de outros militares que cumpriram a pena de detenção, a acusação que sustenta a medida disciplinar é a participação no «passeio do descontentamento» que os militares realizaram em Novembro de 2006, na cidade de Lisboa, em protesto contra os cortes na Defesa e em defesa do «cumprimento das leis».
«Estes actos repressivos sobre quem ousa denunciar os sistemáticos e reiterados atropelos à legalidade democrática vêm sendo aplicados e geridos a "conta-gotas" neste últimos dez meses», denuncia a associação.
A ANS contesta o «incumprimento de dezenas de diplomas legais, por sucessivos Governos» que originaram «uma dívida crescente, já superior a mil milhões de euros, à família militar».
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