Para o secretário-geral do PCP, o próximo Orçamento de Estado “deve manter-se no rumo que governo tem seguido”, de forma a ter um provável voto favorável da bancada comunista no Parlamento, como frisou terça-feira em entrevista ao Jornal das 8 da TVI.
O governo tem a disponibilidade do PCP para continuar este caminho positivo”, referiu Jerónimo de Sousa, assumindo que os comunistas agirão “em conformidade” face à proposta de Orçamento que venha a ser apresentada.
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O Orçamento de Estado para 2017 terá hipótese de acolher algumas das propostas do PCP em termos de política fiscal e de investimento”, sublinhou o líder do PCP, sem querer, contudo, adiantar “qualquer conjetura” em matéria de debate na especialidade.
Considerando que nalgumas matérias o governo não deu a resposta pretendida pelos comunistas, caso do “aumento das reformas e pensões, que foram descongeladas mas não aumentadas”, Jerónimo de Sousa aproveitou também para criticar os socialistas pela postura face às sanções vindas de Bruxelas.
Contra as sanções, marchar…O PS confiou excessivamente na leitura inteligente dos tratados pela União Europeia”, sublinhou o líder do PCP.
Questionado sobre a aplicação de sanções a Portugal por parte da Comissão Europeia, o secretário-geral do PCP considerou-as um “ato punitivo, cujas razões não se fundamentam no plano económico”.
São uma pressão e chantagem sobre aquilo que os portugueses fizeram e contra um país soberano”, salientou Jerónimo de Sousa, discordando do Presidente da República que será da opinião de que “se forem sanções pouco significativas não têm grande importância”.
A recente vitória no campeonato europeu de futebol serviu também de mote para o líder comunista, afirmando que “as manifestações de patriotismo que vimos correr pelas ruas do país continuam lá dentro”, como sinal de rejeição a atentados à soberania nacional.
O exemplo da vitória desportiva no campeonato da Europa mostrou que os portugueses gostam da sua pátria e não abdicam da sua soberania”, salientou Jerónimo de Sousa, acrescentando ser necessário “estarmos unidos na rejeição destas sanções e exigir que nos respeitem como povo soberano”.
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