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Casa Pia: magistrada nunca viu fotografias

«Processo de Cascais», de 1982, referia ter sido encontrada caixa de fotografias na residência do ex-embaixador. Mas que nunca foi junta ao processo, diz Carmo Peralta

Carmo Peralta, magistrada do Ministério Público que foi titular há 25 anos do chamado «processo de Cascais», disse esta quinta-feira em tribunal nunca ter visto fotografias alegadamente apreendidas na casa do embaixador Jorge Ritto, em 1982, refere a Lusa.

A magistrada falava no Tribunal de Monsanto, Lisboa, como testemunha do julgamento do processo Casa Pia, na 286ª sessão, em que as perguntas dos advogados e do procurador João Aibéo visaram, sobretudo, esclarecer o mistério das alegadas fotografias então apreendidas no apartamento do agora arguido Jorge Ritto.

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A testemunha vincou que no processo de Cascais não houve a junção de quaisquer fotografias, embora se lembre que uma das participações fazia referência a ter sido «encontrado num armário uma caixa de fotografias».

Apesar de os factos terem ocorrido há mais de duas décadas, Carmo Peralta recordou-se, até, de, no seguimento dessa referência, ter perguntado ao seu funcionário onde estavam as fotografias, ao que este respondeu não existirem fotografias juntas ao processo.

«Se as fotografias tivessem vindo, eu teria visto», garantiu a magistrada.

Carmo Peralta disse ainda que, na altura, a justificação que deu a si própria para não haver fotografias naquele caso seria o facto de o processo de que era titular relacionar-se com a fuga ou desaparecimento de miúdos da Casa Pia, pelo que as fotografias, a existirem, poderiam «interessar» ou estar num outro processo.

A magistrada assegurou, também, que ninguém lhe disse ou a informou de que a Polícia Judiciária (PJ) teria na sua posse uma caixa de fotografias de conteúdo pedófilo supostamente apreendida na casa do diplomata, onde foram encontrados os jovens casapianos.

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Ricardo Sá Fernandes, advogado de Carlos Cruz, insistiu nesta questão das fotografias com a magistrada, tanto mais que este assunto é importante para avaliar a credibilidade de outras testemunhas, já que a defesa do apresentador de televisão é de opinião que «não havia fotografias».

A 11 de Janeiro último, a ex-secretária de Estado da Família Teresa Costa Macedo depôs em julgamento, revelando que chegou a ver duas das fotografias alegadamente apreendidas em 1982 na casa de Jorge Ritto, mas que não identificou nenhum dos protagonistas das fotos que a deixaram «chocada».

Em resposta a uma pergunta de Joaquim Moreira, advogado de Ritto, Carmo Peralta negou que tenha sofrido qualquer tipo de pressões no âmbito do processo de Cascais, que terminou arquivado.

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