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Deolinda: «Parva Que Sou» é música e é intervenção

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«Canção aborda claramente o problema da precariedade laboral», diz o autor da letra, Pedro Martins

Se a manifestação de sábado tiver uma banda sonora, é provável que seja «Parva Que Sou», dos Deolinda. Pedro Martins, autor da letra, reconhece intervenção na música, que «aborda claramente» o «problema» da precariedade laboral, escreve a agência Lusa.

Claro que «uma canção é isso mesmo, é uma canção» e que «as circunstâncias e as pessoas depois é que a tornam em voz de algo, em hino», realça Pedro Martins, guitarrista dos Deolinda. Mas, como «isto está mal e vai continuar» (assim dita a música), «Parva Que Sou» é também uma canção que encaixa na realidade de muitos, porque «aborda claramente um problema, que é o problema da precariedade laboral», reconhece.

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«Há um problema que urge resolver ou que urge que nos questionemos sobre ele. A canção está a cumprir esse papel. (...) Nesse sentido, será uma canção de intervenção, que pretende, de certa forma, consciencializar as pessoas para um problema», refere.

A canção pretende promover a «consciência desse problema e suscitar o debate» sobre o mesmo, vinca o autor, «infelizmente» rodeado por familiares e amigos precários.

Pedro Martins continua a manifestar surpresa perante a reacção que a canção - da qual só existe uma versão ao vivo - tem suscitado. «Parva Que Sou» fazia parte de quatro novas canções que já tinham sido ensaiadas e foi tocada porque «era a que tinha o arranjo mais completo», mas «ainda não há um plano para gravá-la em estúdio» e apenas «eventualmente fará parte do próximo disco», refere o músico.

«A identificação foi geral, não houve pessoas que ficaram sentadas e outras que se levantaram, houve ali uma unidade», recorda, explicando o fenómeno - visível no vídeo que circula no YouTube, já visto por mais de 300 mil pessoas. Uma unanimidade que, reconhece, pode deixar de existir «quando se fala das causas e das soluções». Por isso, Pedro Martins junta à surpresa a expectativa face ao que acontecerá nas ruas no próximo sábado.

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«A reacção imediata do público ao ouvir pela primeira vez a canção foi extraordinária, uma experiência única e muito forte, de tal forma que no final da canção até nos enganámos nos acordes, porque foi muito intenso», descreve.

No sábado, os Deolinda não andarão pelas ruas de uma da dezena de cidades que poderá aderir ao protesto «Geração à Rasca», porque estarão a actuar no Teatro Jofre, em Ferrol, na Galiza (Espanha).

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