Cravos «naturais» é o mote da petição europeia contra a autorização do cultivo de cravos transgénicos e que tem o apoio das associações anti-transgénicos portuguesas.
Segundo a Lusa, a petição online quer sensibilizar o Ministério do Meio Ambiente da Holanda a recuar na decisão de autorizar o cultivo de cravos transgénicos e a European Food Safety Authority (EFSA) a não o autorizar.
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«Com a autorização do cultivo de cravos geneticamente modificados na Europa, acaba o mito de que os transgénicos existem apenas para aumentar a produção de produtos agrícolas e acabar com a fome no mundo», realça Margarida Silva, coordenadora da Plataforma Transgénicos Fora.
«Se nada for feito, dentro de poucas semanas, começam a ser cultivados cravos azuis na Holanda. Depois da Holanda, rapidamente serão cultivados em toda a Europa», frisa a coordenadora.
Equador já planta cravo Moonaqua
O cravo Moonaqua (TM) já é cultivado no Equador e exportado para o mundo. Caso a EFSA autorize, o cravo será o primeiro produto não alimentar transgénico a ser produzido na Europa.
«Para testar sobre a segurança destas flores, foram utilizadas células embrionárias de ratos e humanos e, tudo isto, por uma mudança de cor. Existe uma grande variedade de cravos com belas cores em todo o globo, não precisamos de cores artificiais», refere o texto da petição, disponível em várias línguas e que tem merecido particular atenção por parte das associações anti-transgénicos portugueses.
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«É claro que com o cultivo de cravos azuis geneticamente modificados, os cravos vermelhos que são a marca da revolução de Abril de 1974 vão continuar a ser cultivados e a ser o símbolo de Portugal. Mas há toda a ética e uma moral que cai por terra», salienta um dos subscritores da petição.
«Até agora, só era permitido o cultivo de transgénicos enquanto variedade agrícola. Com o cultivo de cravos azuis na Holanda, é aberto um precedente que nunca mais terá fim», salienta Margarida Silva, referindo-se ao milho e à soja, duas variedades que mais usam as sementes geneticamente modificadas.
«O lucro comercial está a sobrepor-se a tudo o resto. Uma coisa é o necessário melhoramento das sementes, outra coisa é modificar geneticamente as sementes para que elas resistam a pragas e sejam muito mais rentáveis», explica a coordenadora da Plataforma Transgénicos Fora.
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