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Querem vender «produto Maddie»

Sindicato da PJ acusa a imprensa britânica de ser «incoerente» ao longo do processo e de criar notícias com o objectivo de tornar «o produto Maddie vendável». Media ingleses mudaram opinião sobre a polícia. Presidente explica porque há menos inspectores no caso. Investigação «não é fácil» reconhece director nacional da PJ

[Artigo actualizado às 19:50]

A Associação dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) acusou esta quarta-feira a imprensa britânica de ser «incoerente» ao longo do processo Madeleine McCann e de criar notícias com o objectivo de tornar «o produto Maddie vendável», noticia a Lusa.

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Em entrevista à agência Lusa, o presidente da ASFIC, Carlos Anjos, refere que os jornalistas ingleses «nunca» fizeram informação séria e comenta que a mudança de opinião de «180 graus» sobre a polícia portuguesa significa incoerência.

A imprensa inglesa de terça-feira destacou que os últimos resultados das análises feitas nos laboratórios forenses de Birmingham mostram que a polícia portuguesa agiu correctamente ao considerar Kate e Gerry McCann como arguidos no desaparecimento da filha.

«Este volte-face tendo apenas como base supostamente uma informação que saiu do laboratório relativamente aos últimos exames penso que é pouco para esta mudança de 180 graus no posicionamento dos media britânicos e demonstra ainda mais a incoerência que a imprensa teve ao longo deste processo», diz Carlos Anjos.

Segundo Carlos Anjos a imprensa britânica esteve mais preocupada «em criar notícias de forma a tornar este produto Maddie vendável, do que em resolver o caso». «A imprensa britânica ao longo deste processo nunca fez verdadeiramente informação, nunca se preocupou com aquilo que se estava a passar [uma criança desaparecida]», argumenta o presidente da ASFIC.

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«Damos muito pouco importância àquilo que a imprensa britânica disse recentemente, tal como dávamos pouca importância quando acusava a polícia portuguesa», recordou Carlos Anjos. «Nós estamos habituados a algumas coisas que se passaram. Por exemplo, quando começa um processo, o primeiro passo é desancar os arguidos», explicou o inspector, adiantando que com o correr do tempo começa-se a inverter as coisas e a polícia acaba por «levar umas porradinhas também».

«Os ingleses são um povo muito particular, os seus mass media mais ainda. Ainda hoje [passados 10 anos] se fala no caso da morte da princesa Diana como tendo sido crime e não admitem que não tenha sido outra coisa», recordou.

Não chegaram todos os resultados

O director nacional da Polícia Judiciária (PJ), Alípio Ribeiro, disse que ainda não está na posse de todos os dados laboratoriais sobre o caso Maddie e assegurou que todas as linhas de investigação continuam em aberto.

Falando aos jornalistas na Directoria de Faro, após uma reunião com o director distrital, Guilhermino Encarnação, e o novo responsável do Departamento de Portimão, Paulo Rebelo, o director nacional da PJ manifestou-se esperançado que os resultados laboratoriais cheguem em breve.

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«Ainda não estamos na posse de todos os resultados. Esperamos tê-los proximamente, mas são factores que não controlamos na Polícia Judiciária», afirmou, em referência aos exames que estão a ser feitos no laboratório de Birmingham.

Respondendo a uma pergunta sobre a alegada possibilidade de culpa dos pais, afirmou que «todas as linhas de investigação continuam e continuarão em aberto até à conclusão da investigação».

«Qualquer conclusão que se tire seria especulação e nós na Polícia Judiciária não queremos alimentar a especulação», disse.

Reconhecendo que a investigação «não é fácil», Alípio Ribeiro reafirmou que a Polícia que dirige está empenhada «em fazê-la com serenidade».

Adiantou ainda que o novo coordenador do Departamento de Investigação de Portimão, Paulo Rebelo, reportará à Directoria de Faro e não directamente à Direcção Nacional da PJ.

Na curta declaração inicial aos jornalistas, a que se seguiu a resposta a três questões, o director nacional da PJ disse esperar do novo coordenador do caso Maddie «o mesmo rigor, empenho e determinação» seguidos até agora.

Paulo Rebelo não quis prestar hoje declarações aos jornalistas.

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