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Defendeu várias vezes melhores salários. Diretor demitido da PSP diz que decisão é da "exclusiva iniciativa" da ministra

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José Barros Correia defendeu, em várias intervenções, que os polícias da PSP deviam ter melhores salários e um suplemento de missão idêntico ao da Polícia Judiciária

O diretor nacional da Polícia de Segurança Pública exonerado, José Barros Correia, atribuiu esta segunda-feira o seu afastamento do cargo à “exclusiva iniciativa” da ministra da Administração Interna.

“Hoje, pelas 18:45, a sra. ministra da Administração Interna, juíza conselheira Margarida Blasco, comunicou a minha exoneração, sendo esta decisão da sua exclusiva iniciativa”, escreveu José Barros Correia, numa mensagem enviada a todo o efetivo da PSP e a que Lusa teve acesso.

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Margarida Blasco exonerou o superintendente chefe José Barros Correia de diretor nacional da PSP e nomeou para o cargo o superintendente Luís Carrilho, que é atualmente comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP).

Na mensagem, José Barros Correia, nomeado pelo anterior Governo socialista em setembro de 2023, refere que está há cerca de 40 anos na PSP e vai agora passar à situação de pré-aposentação.

“Exorto-vos para que continuemos, com todo o nosso profissionalismo, dedicação e entrega à causa pública, a cumprir a nossa importante missão e a merecer a confiança dos nossos cidadãos, que connosco podem contar, sempre”, refere ainda.

José Barros Correia defendeu, em várias intervenções, que os polícias da PSP deviam ter melhores salários e um suplemento de missão idêntico ao da Polícia Judiciária.

Em comunicado, o Ministério da Administração Interna refere que a decisão de indigitar um novo diretor da PSP surge no âmbito "da reestruturação operacional da PSP, quer no plano nacional, quer no plano da representação institucional e internacional desta força de segurança pública”.

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O superintendente-chefe Barros Correia, 58 anos, tomou posse em setembro como novo diretor nacional da PSP, substituindo no cargo Magina da Silva.

Antes disso, ocupava desde 2018 o cargo de secretário-geral dos Serviços Sociais da PSP, tendo exercido as funções de presidente do Grupo de Cooperação Policial da União Europeia durante a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, comandante regional dos Açores e oficial de ligação do Ministério da Administração Interna na Embaixada de Portugal na República Democrática de São Tomé e Príncipe.

Associação sindical pede explicações

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) manifestou-se “um pouco surpreso” com a exoneração do diretor nacional da PSP e pediu explicações ao Governo sobre “as razões subjacentes” à decisão.

O presidente da ASPP, Paulo Santos, pediu explicações à ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e ao Governo sobre a decisão, questionando “para quando a estabilidade necessária” na PSP para que se possa “ir ao encontro daquilo que são as necessidades e as expectativas da instituição”.

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“Desconhecemos se é uma opção política, desconhecemos se há razões que levaram a senhora ministra e o Governo a demitir o senhor diretor nacional. Não sabemos se tem que ver com aquilo que é a estratégia que o Governo tem para a PSP e para a segurança interna. Por isso, é muito prematuro tecer qualquer comentário que ultrapasse isto, mas a verdade é que era importante que a senhora ministra da Administração Interna dissesse as razões que estão subjacentes a esta decisão”, disse Paulo Santos.

O dirigente sindical da PSP não exclui que na base da decisão estejam questões relacionadas com o processo negocial em curso entre o Ministério da Administração Interna e as polícias, que exigem um suplemento de missão em condições de igualdade com a Polícia Judiciária.

“Nós conhecemos bem qual tem sido o posicionamento do superintendente-chefe Barros Correia relativamente a esta luta dos polícias, por isso estamos um pouco expectantes para sabermos quais as razões”, disse Paulo Santos, questionando se a exoneração se poderá relacionar com o atual contexto negocial.

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