A "gendarmerie" francesa, uma força de polícia militarizada, recebeu esta quarta-feira ordens para intensificar a luta contra os imigrantes clandestinos, reforçando a vigilância nas estradas, nos comboios e no trabalho ilegal, escreve a Lusa.
Aquela força policial, que conta com cerca de cem mil militares, está também a recorrer aos «reformados do exército» e aos «reservistas» para seguir os estrangeiros em situação irregular a partir dos centros de retenção administrativa.
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O director-geral da "gendarmerie", o general Guy Parayre, pediu aos militares para intensificarem a luta contra a imigração ilegal, numa nota dirigida aos 22 comandos da região de Paris.
Na nota, publicada pelo diário comunista l`Humanité, o general Guy Parayre refere que «no fim dos primeiros meses do ano, 67 agrupamentos (escalão do comando a nível do departamento) de 17 regiões estão abaixo dos seus objectivos anuais».
O director-geral pede a criação de uma «célula de luta contra a imigração irregular», devendo, para tal, intensificar a vigilância nos eixos de circulação rodoviária e de caminhos-de-ferro, além de um «esforço especial» na luta contra o trabalho ilegal dos clandestinos.
Esta decisão acontece numa altura em que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, colocou o controlo da imigração como prioridade.
O governo já chamou a atenção da polícia para «redobrar os esforços» no sentido de se atingir o objectivo de expulsar este ano 25 mil imigrantes ilegais.
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As autoridades avaliam entre 200 a 400 mil o número de clandestinos na França.
O anúncio da "gendarmerie" de intensificar a luta contra a imigração ilegal surge no dia em que foi inaugurado, em Paris, o Museu Nacional da História da Imigração.
O Museu, que pretende reconhecer o contributo dos estrangeiros em França, foi hoje inaugurado discretamente devido às actuais políticas de imigração.
Os responsáveis pelo Museu não quiseram convidar o governo, nem o Presidente da República, por não estarem de acordo com as actuais políticas de imigração das autoridades francesas.
A exposição do Museu abre com uma fotografia da década de 60 de duas mulheres e crianças portuguesas que chegam a uma estação de comboio em Paris.
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