Sócrates condena «actos de distúrbio» de camionistas

Primeiro-ministro diz que o Governo está a tentar encontrar soluções que minimizem o aumento do preço dos combustíveis

Quando o primeiro-ministro falou aos jornalistas ainda não se conhecia a triste notícia da morte de um camionista em Alcanena. Mas, José Sócrates já condenava os «actos de distúrbio», avisando que as forças policiais estavam preparadas para intervir no sentido de «garantir a liberdade de quem quer trabalhar».

10 de Junho: Sócrates vaiado pela população

«As pessoas têm o direito de se manifestar, mas não têm o direito de pôr em causa a liberdade dos outros. Não adianta nada, nem ajuda nada o espectáculo das acções de pessoas a apedrejar outros que querem apenas trabalhar. A polícia e a GNR defenderão a liberdade das pessoas, mas espero que esses actos e atitudes não se repitam, porque é muito negativo, desde logo para o país, mas também para os que se querem manifestar», referiu à saída da sessão solene de entrega de condecorações do dia 10 de Junho, em Viana do Castelo.

«Estamos a estudar, com a ANTRAM, algumas medidas que procurem minimizar o impacto negativo do aumento dos combustíveis neste sector dos transportes. A negociação está a decorrer e as pessoas que estão a negociar estão de boa fé. É um procedimento razoável e que o país espera que aconteça, não os actos de distúrbio, pedradas e destruição de propriedade alheia», frisou.

De resto, o primeiro-ministro lembrou que têm sido feitos esforços para encontrar soluções: «O Estado e o Governo têm consciência das dificuldades que o aumento do preço dos combustíveis colocam à sociedade, mas estamos a tentar encontrar soluções, porque queremos ajudar as pessoas».

Há sectores mais directamente atingidos por este choque do aumento dos preços dos combustíveis, por isso estamos a estudar, de forma razoável, soluções. Mas não colocaremos em causa o interesse geral devido a interesses específicos. Têm de ser compatibilizados, como aconteceu com os pescadores. Podemos fazer algumas coisas no sector rodoviário, temos a consciência do impacto que tem o aumento do preço dos combustíveis, mas temos de ter em atenção o interesse das outras pessoas, sem ter impacto nas contas públicas do país».