O Governo escolheu o tenente-general Nunes da Fonseca para suceder a Rovisco Duarte como Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME).
O anúncio foi feito pelo próprio primeiro-ministro, António Costa, em Bruxelas, à margem de um encontro do Conselho Europeu. Costa explicou que a escolha de Nunes da Fonseca recebeu parecer favorável, por unanimidade, do Conselho Superior do Exército.
PUB
O Conselho Superior do Exército acabou de dar por unanimidade parecer favorável ao nome que tinha sido indigitado pelo Governo. Neste momento vai decorrer um Conselho de Ministros eletrónico, de forma a hoje mesmo podermos propor ao senhor Presidente da República o nome do senhor tenente-general José Nunes da Fonseca para o exercício das funções como chefe do Estado-Maior do Exército (CEME)”, declarou.
O Presidente da República já aceitou a proposta de nomeação e marcou a posse para esta sexta-feira, às 19:00, no Palácio de Belém, em Lisboa, segundo uma nota no site da Presidência da República.
A Lei Orgânica prevê que os chefes de Estado-Maior são nomeados e exonerados pelo Presidente da República, sob proposta do Governo, que terá de ir a Conselho de Ministros.
Esta tarde, o Conselho de Ministros extraordinário decidiu propor ao Presidente da República o tenente-general José Nunes da Fonseca para novo Chefe do Estado-Maior do Exército, assim como a correspondente promoção a general.
PUB
O Conselho de Ministros deliberou propor a Sua Excelência o Presidente da República a nomeação do Tenente-General José Nunes da Fonseca para o cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército, bem como a correspondente promoção ao posto de General", pode ler-se no comunicado, a que a agência Lusa teve acesso.
O general Rovisco Duarte apresentou na quarta-feira o pedido de demissão ao Presidente da República. Foi exonerado das funções na quinta-feira.
Rovisco Duarte, que tomou posse no cargo de CEME em 15 de abril de 2016 e terminaria o mandato em abril do próximo ano, justificou a demissão numa mensagem dirigida internamente aos civis e militares do Exército, afirmando que “circunstâncias políticas assim o exigiram”.
PUB
Rovisco Duarte foi a escolha do anterior ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, para suceder a Carlos Jerónimo na chefia do Exército, que se demitiu na sequência de uma polémica que envolveu a direção do Colégio Militar, sobre uma alegada discriminação em função da orientação sexual.
A demissão de Rovisco Duarte ocorreu dois dias depois da posse do novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, que substituiu Azeredo Lopes após a sua demissão, na sexta-feira passada, na sequência dos desenvolvimentos da investigação do Ministério Público à recuperação do material militar furtado em Tancos.
Esta sexta-feira, o Diário de Notícias revelou que o documento que o tenente-general Martins Pereira recebeu de responsáveis da Polícia Judiciária Militar sobre o caso de Tancos envolve Rovisco Duarte. O então CEME terá proibido a entrada da Polícia Judiciária no Campo Militar de Santa Margarida (CMSM) no dia em que aparecerem as armas furtadas em Tancos.
PUB
Nascido em 1961, em Mafra, Nunes da Fonseca desempenhou até agora o cargo de 2.º Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana.
Esteve colocado na força especial da NATO para o Kosovo, como general-comandante da força logística, em 2011, e na força de estabilização da Aliança Atlântica para a Bósnia-Herzegovina, como oficial de operações, em 1998-1999, tendo ainda integrado o comando da Eurofor em Itália, como adjunto de operações de logística e chefe de secção de procedimentos operacionais.
Foi o primeiro do seu curso de Ciências Militares de Engenharia e é um "Espada de Toledo", a mais alta graduação da Academia Militar.
Nunes da Fonseca foi condecorado duas vezes: em 2002, pelo Presidente Jorge Sampaio, como oficial e, em 2014, pelo Presidente Cavaco Silva, como Grande Oficial.
Tem ainda 23 louvores nacionais e três estrangeiros e cinco medalhas por serviços distintos no grau prata.
PUB