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Não é fácil prever o comportamento da economia para garantir que as pensões futuras serão pagas, justamente pagas, e qual a idade da reforma mais correta. Uma coisa é certa: o sistema da Segurança Social, como está, não dá garantias aos contribuintes de que terão a sua reforma um dia mais tarde. A rutura será inevitável? Foi isso que três especialistas debateram no programa "A Caminho das Legislativas", na TVI24, conduzido por Paulo Magalhães, deixando em cima da mesa sugestões para resolver o problema.
Primeiro, o retrato da situação, feito pelo economista e investigador nesta área, Jorge Bravo:
"Os elementos que colocam sistema em dificuldade extrema - principal é o demográfico - por melhores que sejam os salários, um mercado mais equilibrado, por mais que baixe o desemprego - se não houver uma relação adequada entre contribuintes e beneficiários o sistema não sobreviverá nem com salários da Suíça"
Já Octávio Teixeira, economista e ex-líder parlamentar do PCP, entende o sistema atual "é possível, é desejável e é sustentável".
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"É sustentável financeiramente e economicamente; não é sustentável é socialmente. No sistema previdencial, neste momento, as pensões são muito baixas e perspetiva que se coloca ara o futuro é que sejam ainda piores. O nível de agravamento faz com que seja socialmente insustentável".
O que mudar, então?reforma a tempo parcial"Estamos a esticar o modelo até à última. Se não fizermos nada, entra em rutura".
Já Jorge Bravo atestou a "inevitabilidade" do aumento da idade da reforma. "A locomotiva que constitui os direitos foi andando mais rápido do que a capacidade para os pagar", atirou.
O economista concordou, em parte, com a proposta do ex-líder parlamentar do PCP de financiar o sistema da Segurança Social com fontes alternativas: "Não excluo totalmente". Poderemos pagar mais impostos, mas num "esforço adequado" para garantir pensões futuras. "Adequado", à boleia do ritmo da economia, o que provocou um semblante de reprovação em Octávio Teixeira.
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A sua proposta incide, portanto, em diversificar fontes de financiamento: um pilar público e poupança individual, gerida por privados ou por organismos públicos. "Não é cada um que se safe por si".
Otávio Teixeira mostrou-se contra substituir regime de solidariedade, ao Jorge Bravo contrapôs: "É manter o atual mas complementá-lo".
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