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Em resposta à moção de rejeição dos partidos da direita, o PSD quis saber porque não apresenta a esquerda uma moção de confiança ao Governo socialista de António Costa. “Pergunto em jeito de desafio”, justificou logo o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, para passar, de seguida, a ir direto ao assunto:
“Porque não apresenta uma moção de confiança neste Parlamento?”.
António Costa agradeceu a “amabilidade das questões” que Luís Montenegro lhe colocou e elogiou, qua retórica política, “a verdadeira questão importante” que ali se apresentava.
“Dou-lhe uma resposta que creio que é simples e clara: só precisa de pedir confiança, quem não tem confiança”.
O PSD explica, pela voz de Montenegro, que sabe bem que as forças políticas à esquerda estão unidas contra a moção de rejeição. “Não temos dúvidas nenhumas sobre isso e aliás isso até pesou na nossa decisão”, frisou, assumindo, com isto, que a moção de rejeição nunca teve qualquer hipótese de passar na votação da esquerda cerrada.
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Lições de democracia“Passos Coelho falhou nessa tentativa e não conseguiu construir uma solução estável e duradoura. Era, aliás, uma exigência que decorria da própria expressão pública de sua excelência o senhor Presidente da República. E, naturalmente, respeitámos a indicação que o senhor Presidente da República fez, do encargo que deu ao dr. Pedro Passos Coelho para procurar construir essa solução."
Assegura Costa:
“A democracia assenta na igualdade do voto e a igual legitimidade de quem representa os cidadãos eleitores”.
Queixa-se Montenegro:
“O povo não escolheu o dr. António Costa para exercer as funções de primeiro-ministro, o povo não escolheu o programa do Partido Socialista e muito menos o programa do Bloco de Esquerda ou do PCP para serem a base da ação governativa no próximo quadriénio”.
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Ironias sobre o passado socialista“Fizeram isto um pouco às escondidas e não disseram antes das eleições o que congeminaram entre si, sabe-se lá desde quando. Rejeitar este programa na Assembleia da República é, portanto, mais do que expressar a genuína vontade manifestada pelos portugueses nas últimas eleições”, voltou a reforçar o líder parlamentar social-democrata.
No início da sua intervenção, Montenegro lembrou o passado socialista de António Costa na bancada do Governo. “Queria cumprimenta-lo nesta ocasião em que se senta pela terceira vez nessa bancada”, começou por dizer, em tom provocatório, o líder parlamentar do PSD. E se o tom pedia contas, foi isso que fez:
“Esteve aí com António Guterres depois do PS ter vencido as eleições em 1995 e contribuiu para deixar o país num pântano. Esteve aí com José Sócrates depois do PS ter vencido as eleições legislativas de 2005, e contribuiu para deixar o país com a troika e num estado de pré-bancarrota. E está aí hoje em 2015 depois do PS ter perdido categoricamente as eleições legislativas de 2015 e logo veremos em que estado é que vai deixar o país”.
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Já mais para o final do plenário, Marco António Costa fez questão de lembrar o partido que reuniu o maior número de votos nas eleições de 4 de outubro para acusar o PS de "distorcer a realidade" e" lançar a confusão na opinião publica".
O social-democrata acrescentou que o PSD responderá "com moderação e pedagogia" e, apesar de não concordar com o programa de Governo, não irá fugir às suas responsabilidades.
"E a essa atitude pedagogia juntaremos uma oposição responsável e exigente. [...] O país sabe que o PSD não vira as costas às suas responsabilidades. O país sabe que não baixamos os braços, não desistimos e não desertamos."
Marco António Costa vincou que o programa não merece o apoio das bancadas da direita, acusando o PS de insistir numa "receita de efeitos fatídicos": "o incremento artificial da procura e do consumo interno".
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