António Costa disse este domingo, numa reação aos resultados já conhecidos das eleições autárquicas, que "não há nenhuma perturbação" das discussões orçamentais para 2022.
Num discurso por volta das 1:20 horas, Costa considerou que nem o PCP, nem o PS "confundem" o processo eleitoral "com a responsabilidade que temos em assegurar a estabilidade política e a continuidade da viragem política que se iniciou em 2017 e, manifestamente, o país tem vontade de continuar".
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"Portanto, não creio que haja qualquer perturbação das negociações que estão calendarizadas, em função deste resultado eleitoral", diz, destacando que o PS perdeu pelo menos duas câmaras para a CDU e que existe uma manifesta transferência de votos para os comunistas em Lisboa - "o que pode ter custos políticos significativos".
"Não vejo um reforço da alternativa política que a direita representa no nosso país com estes resultados eleitorais", considera, salientando que, "se há uma lição a tirar para as negociações com o Orçamento, é que o país deseja a continuidade da mudança política que se iniciou em 2015" e no qual os partidos à esquerda têm tido "um papel fundamental".
O secretário-geral do PS assegura que os esforços devem ser redirecionados para aquilo que é importante para o país: relançar a economia e criação de emprego com direitos, respondendo aos desafios das alterações climáticas, da transição tecnológica.
Derrota em Lisboa: "Terei uma tristeza particular"PUB
Foi anunciado que Carlos Moedas ganhou a câmara municipal de Lisboa momentos mais tarde, mas antes Costa já tinha admitido que uma derrota fragilizaria o Partido Socialista, tal como outro partido qualquer. "Terei uma tristeza particular" depois de ter reconquistado a câmara em 2017, admite.
"Qualquer vitória engrandece o PS, qualquer derrota penaliza", afirma, sublinhando que o partido teve derrotas inesperadas e vitórias que não contávamos.
Costa sustenta ainda que a única sondagem que conta é mesmo a que resulta do voto popular nas urnas. E exemplifica: "Andaram meses a ouvir falar de uma senhora, que era uma grande estrela televisiva e que iria transformar-se em presidente de câmara na Amadora e o PS ganha a autarquia com uma maioria absoluta claríssima e demonstrando bem que os candidatos populistas não têm espaço".
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