Já fez LIKE no TVI Notícias?

Costa: Governo rompeu «consenso» sobre SNS e isso «terá custos»

Declarações do secretário-geral do PS no encerramento da conferência «Promover a Saúde»

Na opinião do líder socialista, isto é «romper este consenso que se estabeleceu ao longo de todas estas décadas», o que «não é saudável para o país e seguramente terá custos na saúde dos portugueses». Para o secretário-geral do PS, investir na promoção da saúde e «agir a montante» é a melhor forma e a mais sustentável de reduzir os custos nesta área. O responsável rejeitou que se corte na prevenção, uma vez que assim, apesar de se poupar no orçamento, está a diminuir-se a saúde das pessoas, o que acaba por «constituir um custo».

O secretário-geral do PS, António Costa, acusou o Governo de romper o consenso em torno do Serviço Nacional de Saúde, o que «terá custos na saúde dos portugueses», considerando essencial restabelecê-lo para garantir a sustentabilidade deste sistema.

No encerramento da conferência «Promover a Saúde», que decorreu este sábado no Porto, António Costa disse que «restabelecer esse consenso em torno do Serviço Nacional Saúde (SNS) é absolutamente essencial» porque sem ele não está garantida «a sua sustentabilidade e dificilmente os portugueses continuarão a beneficiar daquilo que tem sido possível beneficiarem ao longo de todos estes anos».

PUB

«É com muita preocupação que eu vi esta semana, depois de uma polémica com o Instituto Nacional de Estatística sobre a redução do número de camas nos hospitais públicos, o Governo vir explicar que essa redução não resulta de uma diminuição da despesa, mas simplesmente da transferência da despesa dos hospitais públicos para os hospitais privados, como se o SNS não necessitasse de uma intervenção constante, de um investimento sustentado no serviço público do SNS.»

António Costa - que não quis prestar declarações aos jornalistas à margem do discurso - realçou que os «resultados fundamentais que se podem obter na governação do país raramente dependem de uma única legislatura» e deu o «bom exemplo» do SNS, no qual essa estabilidade é fundamental.

«Foi a continuidade de políticas que permitiu obter os excelentes resultados que o SNS tem obtido - veja-se o caso da saúde materno-infantil - e que teria sido absolutamente impossível se durante décadas sucessivos governos não tivessem trabalhado para um fim comum», defendeu.

PUB

Costa considerou que esse esforço na promoção da saúde deve mobilizar toda a sociedade, tendo, depois de ouvido as intervenções de alguns especialistas, destacado cinco áreas de intervenção fundamentais, uma delas o combate ao tabagismo. Neste caso, deu o seu exemplo pessoal da dificuldade que teve em deixar de fumar.

O líder socialista afirmou ser «muito importante que haja apoio para libertação do tabagismo» e apontou a importância de alargar a cada centro de saúde e a cada hospital as consultas antitabágicas, defendendo também que os medicamentos para este combate possam ser comparticipados.

Costa quer ainda investir na educação para a saúde ao nível da escola, porque isso é «reproduzir agentes de formação dentro de cada família», sendo a escola também um «veículo importante para a alteração dos próprios hábitos».

Outra das áreas de intervenção tem a ver com a alteração dos hábitos alimentares dos portugueses, que o líder socialista entende ser um desafio «mas também uma oportunidade para o desenvolvimento do território», concretamente em termos de promoção da agricultura.

A atividade física para ter uma vida mais saudável é outro dos eixos de ação defendidos, considerando António Costa que é um «desafio enorme, em particular para as autarquias, repor a atividade física no circuito normal».

Relacionando esta atividade com questões da mobilidade, o socialista antecipou que «as cidades vão passar os próximos 50 anos a habituarem-se à desabituação do automóvel».

PUB

Últimas