O secretário-geral socialista, António Costa, afirmou este sábado que se o PS vencer as eleições vai criar uma taxa sobre a precariedade para penalizar as empresas que não criem vínculos laborais definitivos. As declarações foram feitas num encontro com militantes em Faro.
"Quem recorre à precariedade vai pagar mais porque é criada uma taxa sobre a precariedade. mas quem cria contratos definitivos paga menos porque está a criar melhores relações de trabalho, está a pesar menos sobre o sistema de segurança social e por isso merece ser beneficiado."
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"Fomos muito pressionados para propor isto e propor aquilo, mas soubemos resistir às pressões."
António Costa considerou que um dos maiores erros que o Governo cometeu foi querer fazer "tudo ao mesmo tempo", ao cortar simultaneamente na despesa pública e asfixiar a economia privada, e mostrou-se perplexo com o facto de Passos Coelho lamentar não ter conseguido reduzir os custos do trabalho.
"É neste país onde os salários tanto baixaram e onde 10% dos que trabalham que vivem abaixo do limiar da pobreza que o primeiro-ministro entende que a grande reforma que falta fazer é reduzir ainda mais os custos do trabalho? Mas em que país vive este primeiro-ministro?"
"Agora que já não temos 'troika', querem continuar a fazer o mesmo porque, verdadeiramente, esta é a política deles e não sabem fazer outra coisa", observou, acusando o Governo de ter os cofres cheios de "nova dívida para pagar a dívida antiga", porque a dívida "é hoje maior do que era anteriormente".
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António Costa aproveitou a ocasião para reiterar que não é necessário esperar pela próxima legislatura para devolver os salários da função pública e a sobretaxa de IRS, sublinhando que isso pode acontecer já em 2016.
Insistiu ainda que, caso o PS vença as eleições legislativas, não haverá novos cortes nas pensões a pagamento e defendeu que o salário mínimo nacional deve continuar a ser atualizado.
À chegada à Escola de Hotelaria e Turismo de Faro, onde decorreu o encontro com militantes do PS, António Costa era esperado por elementos do grupo "Ilhéus", que aproveitaram a ocasião para protestar contra as demolições nas ilhas barreira da Ria Formosa.
Representantes das comissões de moradores das ilhas apelaram ao secretário-geral do PS para que interceda a seu favor, queixando-se de falta de diálogo com o Governo, e António Costa prometeu-lhes que iria falar com o presidente da Câmara de Faro.
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