O líder do PS, António Costa, considerou esta quinta-feira que as declarações de Passos Coelho sobre a chamada «lista VIP» de contribuintes «põem em causa tudo o que o primeiro-ministro diz», que acusou de se esconder atrás dos serviços.
«Creio que hoje é claro que aquilo que o primeiro-ministro disse a semana passada na Assembleia [da República] foi violentamente desmentido pelos factos e que isto põe em causa tudo o que o primeiro-ministro diz», afirmou António Costa em Bruxelas, à chegada à reunião do Partido Socialista Europeu (PSE), que antecede o Conselho Europeu.
Segundo o secretário-geral do PS, neste caso, e mais uma vez, o Governo teve uma «atitude de passa culpas» para os serviços, em vez de «assumir responsabilidades», reporta a Lusa.
«A lista VIP existia, a lista VIP foi criada e já conhecemos alguns dos responsáveis. Falta conhecer o resto. De uma vez por todas, o primeiro-ministro não pode continuar esconder-se atrás dos serviços», afirmou o dirigente socialista.
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BE foi o primeiro a pedir a demissão de Paulo Núncio
Questionado sobre se o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, tem condições para continuar em funções, António Costa repetiu que considera que a «responsabilidade é do primeiro–ministro» uma vez que foi Passos Coelho que «perante o parlamento deu uma garantia que não existia essa lista VIP», e «foi desmentido pelos factos».
No último debate quinzenal, o líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, confrontou o primeiro-ministro com a suposta existência de uma lista VIP de contribuintes, mas o chefe do executivo negou, citando a informação que recebera da Autoridade Tributária e Aduaneira.
O diretor-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira apresentou na quarta-feira a sua demissão do cargo, reafirmando que não existe uma lista VIP de contribuintes e justificando a decisão por não ter informado a tutela sobre procedimentos internos que podem ter criado a perceção de que essa lista existia.
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Também o subdiretor-geral da Justiça Tributária e Aduaneira, José Maria Pires, apresentou na quarta-feira a demissão à ministra das Finanças, que a aceitou, não sendo conhecido os motivos apresentados.
O PS disse esta quinta-feira que a demissão de mais um responsável do fisco vem «reforçar a necessidade» de o secretário de Estado Paulo Núncio prestar no parlamento todos os esclarecimentos sobre o caso. O partido não exclui o pedido de demissão do secretário de Estado, mas para já quer ouvir o que o responsável político tem para dizer.
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