O secretário-geral do PS, António Costa, considera "um enorme perigo" uma eventual saída da Grécia da zona euro, defendendo uma alteração das políticas de austeridade na Europa "a partir de dentro" e "sem roturas".
Numa entrevista publicada este domingo no El País, António Costa afirma, sobre as negociações da Grécia, que "qualquer rotura na zona euro é um enorme perigo".
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"A Europa vive uma ameaça interna com o terrorismo, está rodeada de instabilidade na fronteira mediterrânica e no Leste, com a crise da Ucrânia. Necessitamos mais do que nunca de uma Europa forte. E não podemos ignorar o fundamental papel geoestratégico da Grécia. Seria bom que os governos europeus tivessem a mesma perspetiva que o [presidente dos Estados Unidos Barack] Obama tem sobre a gravidade de uma rotura da Grécia, para a Europa e para a comunidade atlântica", disse o líder do PS.
Costa considerou ainda que "a experiência do Syriza deve servir para [que as pessoas] entendam que os socialistas têm uma posição comum e procuram aliados" para defender "os interesses das economias ibéricas", "mas sem roturas".
Questionado sobre se o PS chegou a pedir uma renegociação da dívida caso chegue ao poder, António Costa respondeu negativamente.
"Nunca. O partido socialista como tal, nunca. Eu sempre pedi que se rompesse com a austeridade, sem romper com o euro. Defender a alteração da economia europeia a partir de dentro, para favorecer o emprego e por fim à austeridade", disse o secretário-geral socialista.
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"Há um processo de mudança na Europa desde as últimas eleições europeias, com uma nova comissão e com o presidente [da Zona Euro] Jean-Claude Juncker a apresentar um novo plano centrado no investimento. Há uma viragem, e uma vitória socialista em Espanha e Portugal ajudariam a impulsionar essa viragem", salientou.
"Em Portugal há uma regra fundamental: separação total entre a atividade política e a atividade judicial. Não sei o que farão os nossos rivais, mas nós manteremos as águas separadas", sublinhou António Costa, ministro da Administração Interna no primeiro governo de José Sócrates.
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