O secretário-geral do PS, António José Seguro, lamenta que as estatísticas que apontam para uma descida do desemprego sejam «melhores do que a realidade» e considera não haver razão para «foguetes» por parte da coligação governamental.
«Sempre disse que, cada vez que é criado um emprego em Portugal, cada vez que um desempregado consegue arranjar um trabalho, isso é positivo, mas não encontro razões para o PSD, o CDS e o Governo lançarem foguetes para o ar porque, infelizmente, temos mais de um milhão de desempregados», frisou.
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E uma «parte substancial dos portugueses que encontra emprego, que são muito poucos infelizmente», continuou, é remunerada «com salários muito inferiores» aos «praticados há três anos».
«As estatísticas estão melhores do que a realidade, infelizmente. O que significa que a estatística hoje divulgada não espelha toda a realidade», frisou.
António José Seguro falava aos jornalistas em Grândola, durante a visita que efetuou esta noite à Feira de Agosto, onde aproveitou também para jantar com apoiantes.
Segundo o líder socialista, ainda sobre a taxa de desemprego, o que se passa é que «só nos primeiros seis meses» do ano «mais de 150 mil portugueses desempregados entraram em programas ocupacionais».
Programas esses que «são abatidos à estatística», mas esses portugueses, «infelizmente não têm um emprego», apesar de estarem «ocupados, num estágio» e terem «uma remuneração».
«Não deixa de ser positivo, mas é indutor de que a economia está a absorver desemprego, quando infelizmente não é assim».
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A economia «não está a crescer o suficiente para absorver o número de desempregados que nós precisávamos, para criar postos de trabalho», argumentou.
O que é necessário para o país é um «motor que não gripe» para a economia e «esse motor deve ser a indústria», defendeu o secretário-geral do PS, lembrando já ter apresentado um plano de reindustrialização para Portugal.
O Eurostat revelou esta sexta-feira que a taxa de desemprego em Portugal recuou para 14% em julho, menos uma décima do que em junho e menos 2,3 pontos do que um ano antes, sendo a maior queda homóloga na União Europeia.
De acordo com os dados hoje avançados pelo gabinete oficial de estatísticas da União Europeia (UE), a taxa de desemprego em Portugal prossegue em 2014 uma evolução positiva, tendo voltado em julho ao nível de novembro de 2011 (altura em que se encontrava precisamente nos 14%, vindo depois a subir até um «pico» de 17,8% em abril de 2013).
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