O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, considerou esta terça-feira que a crise no Cáucaso, no passado mês de Agosto, demonstrou a importância da União Europeia para a «estabilidade e segurança regionais», noticia a Lusa.
«A crise do Cáucaso mostrou que a estabilidade e a segurança regionais necessitam da União Europeia», declarou Durão Barroso, assinalando que «a credibilidade reconhecida pelas partes em conflito demonstra muito do que a União alcançou durante os últimos anos na política europeia».
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O responsável europeu, que falava na Academia das Ciências sobre «Mais e melhor Europa: a resposta adequada às crises», referia-se ao conflito entre a Geórgia e a Federação Russa, no início de Agosto, quando Tbilissi lançou uma ofensiva na Ossétia do Sul para recuperar o controlo desta região separatista georgiana que provocou uma reacção militar por parte de Moscovo.
Notando que o problema «exigiu uma resposta pronta» da UE, Durão Barroso referiu que «não se sabe como seria a evolução do conflito sem a apresentação de um plano de paz por parte da União Europeia».
«Europa não precisa de mais guerras frias»
No âmbito do acordo de paz, a Rússia prometeu retirar as suas forças da Geórgia, excepto dos territórios separatistas da Ossétia do Sul e da Abkházia, cuja independência foi reconhecida por Moscovo, tendo o exército russo começado domingo a desmantelar postos de controlo nas zonas adjacentes aquelas regiões.
Segundo Durão Barroso, o tipo de relacionamento com a Rússia é «uma questão central para o futuro da União Europeia» e «a Comissão continua a pretender negociar uma parceria estratégia bilateral».
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Assinalou, a propósito, o «erro grave» que seria regressar a «um clima de tensão» com aquele vizinho do Leste, embora sem desvalorizar o que se passou.
«A Europa não precisa de mais guerras frias, mas sim de sangue frio», disse, ao mesmo tempo que salientava que «o respeito pela independência e integridade territorial são princípios fundamentais» e que «a ordem europeia não é compatível com esferas de influência».
Importância do Tratado de Lisboa
A necessidade da UE possuir «instrumentos adequados a uma política externa activa e eficaz» é, segundo Durão Barroso, uma das conclusões a retirar da crise do Cáucaso.
«O Tratado de Lisboa será muito benéfico para se construir uma União mais forte no plano externo», lembrou.
Ideia a retirar do conflito é também a do reforço das relações e parcerias da UE «com os seus vizinhos do Leste europeu», bem como «a necessidade da Europa ter uma política de energia comum».
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