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Louçã: «A sociedade portuguesa já é do século XXI»

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Coordenador do Bloco de Esquerda responde a Pedro Passos Coelho, que admitiu mexer na lei do aborto

Francisco Louçã, coordenador do Bloco de Esquerda, considerou, esta quinta-feira, que «há um enorme consenso na sociedade portuguesa» sobre a questão do aborto. É assim que responde a Pedro Passos Coelho que, esta quinta-feira de manhã, em entrevista à Renascença, admitiu mexer na lei do aborto.

«Isso foi de manhã, não foi?! Pois, eu não sei se à hora de almoço, o doutro Passos Coelho não estará já a corrigir o seu ponto de vista. É assim que tem sido feita a campanha e a campanha não pode ser feita desta impreparação», respondeu, questionado pelos jornalistas, depois de uma arruada em Benfica.

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Louçã lembrou que houve um referendo que escolheu que «as mulheres não devem ser presas perseguidas e humilhadas», por razões que têm a ver «com as suas escolhas». «Se o doutor Passos Coelho quer lançar a confusão na Campanha eleitoral, anunciando a alguns sectores da sociedade portuguesa que talvez se pudesse voltar ao tempo da perseguição, tire o cavalinho da chuva», acrescentou.

«Há um enorme consenso na sociedade portuguesa que protege as mulheres. A sociedade portuguesa já é do século XXI», rematou.

«É o engenheiro Sócrates que eu quero ver responder»

Francisco Louçã atacou também o Governo e José Sócrates por causa de um relatório do Tribunal de Contas sobre as compensações aos concessionários das auto-estradas. «Eu disse há dias no Pavilhão Atlântico que o Estado Português tinha negociado à socapa, nos últimos meses, um reforço de apoios aos concessionários das auto-estradas no valor de 10 mil milhões de euros, segundo as contas do Tribunal de Contas. Isto provocou silêncio do Governo, com um ministro a dizer que as contas não estavam certas e que eu estava errado», lembrou.

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Louçã disse que um relatório preliminar, conhecido esta quinta-feira, vem dar-lhe razão: são mesmo 10 mil milhões e «há contratos que foram negociados de forma ilegal», «com indícios de crime».

Mas não é o ministro das Obras Públicas que Francisco Louçã quer ver responder sobre este assunto. «Isto não é um problema entre mim e o ministro António Mendonça é um problema entre o Bloco de Esquerda e engenheiro Sócrates (...) é o engenheiro Sócrates que eu quero ver responder e não qualquer outro membro do Governo», desafiou.

«O Governo tirou a 645 mil crianças o abono de família e pode dar, nas próximas décadas, 0 mil milhões a construtores que já beneficiavam de contratos sem risco», acusou.

Bombos e gaitas de foles marcam o compasso

O Bloco de Esquerda fez, esta quinta-feira, a primeira arruada em Lisboa. Frente à Igreja de Benfica, reuniu algumas dezenas de apoiantes e percorreu as ruas circundantes, com a ameaça de uns pingos grossos de chuva, mas com um grupo de gaitas de foles e bombos a marcar o compasso.

«Eu quero estar próximo da população e não estar protegido por pessoas que façam barreiras de segurança. A campanha vai ter todos os dias um novo folego. Vai ter mais expressão nestes grandes distritos», prometeu.

Louçã foi parando à porta das lojas, entrava nos cafés, cumprimentou funcionárias à porta de um externato e até de uma loja de cosméticos. Numa paragem de autocarros, ouviu queixas sobre os transportes públicos e garantiu que é intenção do BE defender também este serviço público. Noutra paragem, mais à frente, ouviu uma eleitora queixar-se que trabalhou «uma vida inteira e agora tem uma reforma de miséria». Uma queixa que começa a ser recorrente.

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