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O deputado do PSD João Figueiredo afirmou, esta quarta-feira, que o partido grego Syriza é a "cirrose da Europa", comparando propostas do Bloco de Esquerda (BE) na área social a "parte do programa" do atual governo de Atenas.
Num debate potestativo no Parlamento, convocado pelo BE e dedicado à emergência social, o deputado social-democrata João Figueiredo dirigiu-se à porta-voz do Bloco, Catarina Martins, para a questionar sobre a sua presença na campanha do Syriza na Grécia e se alguns dos temas trazidos a debate foram levados a discussão em Atenas.
""É ou não uma parte do programa do Syriza? E foi ou não implementado [o programa do Syriza na área social]? Sabemos que não. E sabemos porquê".
João Figueiredo foi mais longe, declarando que o Syriza é a "cirrose da Europa" e a "desgraça dos gregos intoxicou" o projeto europeu.
Na resposta, a porta-voz do Bloco afirmou ter no Syriza um "exemplo de quem na Europa está a tentar defender um país". Catarina Martins sublinhou que, entre o povo helénico, "há três milhões de pessoas sem acesso à saúde" e que é por essas pessoas que o Syriza está "a lutar".
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período conturbado"Peça desculpa por aquilo que os seus amigos fizeram na Grécia", disse a bloquista ao deputado do PSD, referindo-se a anteriores executivos helénicos.
Para o BE, "nenhuma história acaba bem se as pessoas ficarem para trás" e o partido quer respostas às pessoas "em nome da dignidade e dos direitos humanos".
"O desafio que o BE aqui vos faz é responder agora a quem perdeu tudo. O compromisso é não desistir do país. Não desistir das pessoas. Não permitir a terraplanagem dos mais básicos direitos e condições de vida. Esse é o compromisso que o país precisa."
O projeto de lei propõe também, por exemplo, a diminuição do prazo de garantia para poder aceder ao subsídio de desemprego - de 365 dias para 180 dias - e ao subsídio social de desemprego - de 180 dias para 90 dias.
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O Bloco defende ainda que o acesso à luz, eletricidade ou gás natural nunca devem ser cortados por "questões de carência económica".
PS: ideias do BE "não são originais"O socialista sublinhou que o partido "regista a iniciativa" do BE em promover uma discussão sobre emergência social e "acompanha aquele que é o diagnóstico" feito, nomeadamente as críticas ao "conjunto nefasto de medidas" do Governo PSD/CDS-PP que aumentaram "a pobreza e as desigualdades".
"Todavia, é preciso dizer que algumas das medidas e propostas não são consequentes com o diagnóstico que apresentou."
Ainda no PS, a deputada Catarina Marcelino sublinhou o dever do Estado em "proteger crianças e jovens".
"Acreditamos que o caminho para Portugal não é um caminho de austeridade mas de crescimento que gere emprego e bem-estar".
Rita Rato, parlamentar comunista, lembrou que o "pacto da ‘troika'" foi assinado pelos partidos do Governo mas também pelo PS, aumentando, por exemplo, a precariedade laboral. Heloísa Apolónia, do partido ecologista, definiu o tema em debate como "crucial para a fase que o país está a atravessar" atualmente.
Já o CDS-PP, pela deputada Inês Teotónio Pereira, diz que as críticas em tom "acalorado" do BE não surpreendem, mas o "agravar" desse discurso pelo PS consiste numa atitude "demagógica".
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