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Idosos e hospitais: a "rua" possível para Maria de Belém

Ao terceiro dia de campanha, Maria de Belém teve no IPO do Porto e no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, aquilo que até agora foi o mais próximo de uma ação de campanha na rua

Logo após a visita ao IPO a comitiva de Maria de Belém foi almoçar no campus de São João. A zona comercial, que serve o hospital com o mesmo nome e as várias faculdades circundantes, estava cheia. Eram cerca de 13:00. Mas nem isso contribuíu para um maior contacto com a população. Alguns cumprimentos, uma ou outra fotografia. Entre as visitas aos hospitais, a candidata a chefe de Estado ainda foi à Cerâmica de Valadares, uma empresa que, no passado, teve "vários problemas laborais e de sustentabilidade", mas que, como a própria referiu, conseguiu ser recuperada por um grupo de trabalhadores e tornar-se um caso de sucesso, que hoje fabrica produtos "inovadores" Depois de João Soares no domingo, hoje Maria de Belém contou com mais uma figura de proa do PS ao seu lado, Alberto Martins. O deputado socialista acompanhou-a nas várias ações de campanha. Em declarações aos jornalistas, sublinhou a "pessoa qualificada que é Maria de Belém" para dar a "estabilidade" que o país precisa. Já passava das 19:30 quando foi assinalado o último ponto da agenda: a inauguração da sede de campanha na Maia. O local era mínimo e só as câmaras das televisões ocupavam grande parte do espaço. Algumas dezenas de apoiantes compareceram no local, mas nem todos terão conseguido entrar. Criticou quem ridicularizou a ideia de levar chefes de Estado a instituições e deixou uma promessa, em jeito de slogan: "Uma Presidência de pessoas, com pessoas e para pessoas".

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Ao terceiro dia de campanha, Maria de Belém teve no IPO do Porto e no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, aquilo que até agora foi o mais próximo de uma ação de campanha na rua. Acompanhada pelo deputado socialista Alberto Martins e pelo mandatário do Porto, Júlio Machado Vaz, Maria de Belém voltou a fazer a defesa do Serviço Nacional de Saúde, esta terça-feira, num dia em que outro tema se destacou: as empresas. E a propósito deste assunto, Belém sugeriu que quando o Presidente da República se desloca ao estrangeiro com empresários, estes é que devem suportar os custos das suas viagens.

Eram cerca de 11:00 da manhã quando a ex-presidente do PS começou a visita ao IPO do Porto, numa manhã em que a Invicta acordou cinzenta e chuvosa. Ao seu lado, Alberto Martins, um importante apoio socialista à sua candidatura, e o mandatário pelo Porto Júlio Machado Vaz. 

Os corredores eram estreitos para tantas câmaras e jornalistas. À passagem da comitiva, doentes e funcionários eram apanhados desprevenidos e, não raras vezes, era com algum esforço que conseguiam ultrapassar o aparato.

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A curiosidade das pessoas em ver a candidata era notória. Falamos essencialmente de idosos e mulheres que se aproximavam para falar com Maria de Belém ou apenas para tirar uma fotografia que resgistasse o momento. Alguns ainda brincavam com a sua estatura: "Ai, que grande mulher".

Poucos minutos tinham passado desde a entrada no IPO, mas esta já era a ação de campanha com uma maior exposição perante os eleitores. Para o bem ou para o mal. 

É que se as palavras de apoio foram muitas, esta também foi a primeira vez em que Belém foi confrontada com o que todos os candidatos preferem evitar: palavras menos simpáticas. E foi logo à entrada do hospital que as ouviu: "É só interesses, querem é meter ao bolso". Um idoso dirigiu-se à candidata e, sem meias medidas, disse-lhe que colocava todos os políticos no mesmo saco: aquele em que os interesses pessoais se sobrepõem aos interesses do país. Por isso, revelou que não vai votar em ninguém e gostaria que os portugueses fizessem o mesmo.

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Um momento mais acalorado, num trajeto que, de resto, se fez sereno. À tarde, mas no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, Maria de Belém voltou a ter a oportunidade de conversar com populares. Mais idosos, mais mulheres. Ouviu queixas e apelos.

Beatriz, por exemplo, disse ser "socialista até morrer" e fez um pedido concreto à candidata.

"Faça alguma coisa. Ganho 199 euros por mês. Com 37 anos de descontos. Uma vida inteira para nada."

Os idosos reconhecem-na, estão a par do seu currículo. Mas e o resto?  

O eleitorado que fica de fora

Não que a comitiva passasse despercebida. Afastados da comunicação social, quatro estudantes comentavam a situação. Tinham recebido folhetos com a informações sobre a candidata, cujo percurso não conheciam.

"Não, não a conheço bem", confessou à TVI24 Bruno Vieira, de 19 anos. Os colegas Filipa Costa, Sofia Silva e Miguel Dias partilharam o mesmo  desconhecimento. Vão votar, mas ainda não sabem bem em quem. À exceção de Miguel, que pareceu convicto: "Marcelo. Porque gosto de o ouvir falar".

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A amostra pode não ser significativa, mas traduz os efeitos daquela que tem sido a estratégia de Maria de Belém: a candidata parece apostar tudo no eleitorado mais velho, aquele que conhece bem e o que também conhece o seu currículo - as tais "provas dadas" de que tanto fala nas suas intervenções. 

De hospital para hospital, a paragem é numa fábrica "exemplo"

Falando sobre empresas e economia, Maria de Belém sugeriu que nas visitas que o Presidente da República realiza ao estrangeiro com empresários sejam estes a suportar os custos das suas deslocações. Um "modelo a explorar" que recuperou do tempo em que era ministra da Saúde.

"O Presidente da República deve querer que os empresários produzam matéria de qualidade, produtos que sejam bandeiras do país. O Presidente da República pode fazer essa viagens e acontecer o que aconteceu comigo no Ministério da Saúde. Eu fazia as minhas viagens e quem me acompanhava pagava as suas despesas. Pode ser um modelo dessa natureza."

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O adversário que não o é

Lamentou que o PS não tenha realizado primárias para designar um candidato a apoiar, mas mostra-se otimista quanto ao sucesso de Maria de Belém. Acredita numa segunda volta e não tem dúvidas de que a candidata está em melhores condições para derrotar Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo que é, de resto, para Maria de Belém, o seu verdadeiro adversário. Apesar das críticas deixadas nos últimos dias, a ex-ministra recusou esta terça-feira a ideia de que o outro candidato da área do PS, Sampaio da Nóvoa, seja o seu concorrente direto.  

A economia social "dá trabalho a muita gente"

  O momento serviu para Belém responder aos que a têm acusado de jogar na sua área de conforto - lares, unidades de saúde, instituições sociais. E, neste sentido, destacou o compromisso da sua candidatura: dar visibilidade à economia social, que, segundo a candidata, "dá trabalho a muita gente" e que pode ser usada como "instrumento de valor".

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"Não vou a lares por ser uma área de conforto. Vou para dar visibilidade à economia social, que dá trabalho a muita gente."

 

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