O dirigente socialista Capoulas Santos apelou ao líder parlamentar do PSD para ter «tino e compostura» no exercício das suas funções e insistiu que os sociais-democratas defendem no fundo despedimentos de funcionários da administração pública.
Capoulas Santos fez estas afirmações à agência Lusa em resposta a uma declaração proferida domingo por Miguel Macedo, segundo a qual o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, José Sócrates, recorreu à «mentira» quando disse que o PSD propunha despedimentos na função pública.
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«Recomendo a Miguel Macedo um pouco mais de tino e de compostura, porque isto de ter nervos de aço, serenidade e convicções não pode ser apenas uma característica de José Sócrates. Quem está na oposição também tem de ter compostura e serenidade», afirmou o eurodeputado socialista, que assume também as funções de director de campanha da candidatura de José Sócrates a secretário-geral do PS.
Capoulas Santos considerou que «o insulto nunca é um bom argumento político, ainda que se compreenda o nervosismo e a desorientação do PSD».
«As eleições presidenciais não trouxeram a vaga que a direita estava à espera e a queda nas sondagens de Pedro Passos Coelho não augura grande futuro», advogou.
De acordo com o eurodeputado do PS, em matéria de despedimentos na função pública, «quem faltou à verdade foi o PSD e Miguel Macedo».
« Falta-lhes coragem para serem mais explícitos quanto à sua agenda neoliberal e quanto à sua verdadeira intenção de provocarem despedimentos no sector público. Se dúvidas houvesse em relação a esta matéria, basta ter em conta a proposta que saiu das recentes Jornadas Parlamentares do PSD no sentido de extinguir ou de privatizar empresas públicas, designadamente no sector dos transportes», apontou Capoulas Santos.
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O eurodeputado do PS deixou depois uma questão: «Alguém acredita que se faz isto [extinguir empresas públicas] sem despedir?»
Ainda para tentar colar o PSD a posições alegadamente neoliberais, Capoulas Santos referiu-se ao facto de Pedro Passos Coelho ter chamado o presidente executivo da Vodafone, António Carrapatoso, para coordenar uma espécie de «Estados Gerais» dos sociais-democratas - fórum que servirá de base a um programa de Governo do PSD.
«Atente-se ao que propõe o movimento "Compromisso Portugal" de António Carrapatoso: despedimentos», sustentou.
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