O BE respondeu ao Governo que está disponível para o encontro proposto pelo executivo na semana passada, advertindo que apresentará «propostas que extravasam os limites do memorando da Troika», com o qual, insistem os bloquistas, há que romper.
«O Bloco de Esquerda está disponível para o encontro proposto pelo Governo na carta que nos dirigiu a 24 de Abril. O Bloco de Esquerda não deixará, contudo, de apresentar propostas que extravasam os limites do memorando da Troika, ao contrário do que o Governo sugere», lê-se na resposta citada pela agência Lusa.
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Numa carta dirigida ao ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, os líderes bloquistas Catarina Martins e João Semedo dizem não aceitar «um debate político coartado», tal como afirmam recusar «uma soberania limitada».
Falando aos jornalistas no Parlamento, Catarina Martins afirmou que as propostas que o BE levará à reunião com o Governo serão igualmente apresentadas em sede de orçamento retificativo.
Desse «pacote de medidas», constam propostas que o Bloco tem vindo a apresentar e outras novas, relacionadas com o «mercado interno, os custos de contexto das empresas, nomeadamente o crédito e a energia».
Catarina Martins não quis ser mais específica quanto a essas propostas, mas adiantou que «exigem a renegociação da dívida e não são compatíveis com os condicionalismos económicos impostos pela Troika que retiram a Portugal, retiram ao Governo português, os instrumentos necessários para apostar no crescimento económico».
«Hoje o Governo vai apresentar uma estratégia para mais cortes na despesa pública e para mais austeridade. O Bloco de Esquerda tem vindo a afirmar e repete que não há crescimento na austeridade», disse aos jornalistas Catarina Martins.
«Um Governo que à quarta, sexta e segunda quer austeridade, para vir dizer à terça e quinta que quer crescimento, é um Governo inconsequente», sublinhou.
O BE sugere que a reunião tenha lugar na próxima semana, de acordo com a disponibilidade de agenda do Governo.
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