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A investigação, a tecnologia e a ciência como motores para o desenvolvimento da economia. E a necessidade de o Estado apoiar estas áreas com o investimento adequado, rompendo com uma lógica de precariedade, que é transversal à maioria dos investigadores. Estas foram duas das principais ideias que o Bloco de Esquerda defendeu, esta terça-feira, durante uma visita ao Cetemares, um centro de investigação do Instituto Politécnico de Leiria, em Peniche, cujo trabalho se direciona para a área das Ciências do Mar.
O edíficio é muito recente. Foi inaugurado pelo Presidente da República em julho. Catarina Martins percorreu vários laboratórios, de aspeto novo e moderno. Ao longo do caminho, foi conhecendo os diferentes produtos que dali saem para mercados tão longínquos como, por exemplo, o Japão. Azeite, gin, gelado, pão e tisanas são alguns exemplos. Tudo feito a partir de microalgas. A porta-voz do Bloco mostrou-se curiosa e com vontade de provar estas iguarias inovadoras.
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Neste centro, os investigadores criam novos produtos, de origem marinha, desenvolvendo tecnologias de cultivo sustentável. E um dos objetivos passa pela transferência de conhecimentos para as empresas. Daí que haja uma articulação com vários parceiros ao nível empresarial.
Entre as bancadas e os equipamentos de laboratório, a dirigente bloquista ouviu os investigadores. Para conhecer o seu trabalho, mas não só. Catarina Martins ouviu os problemas e as dificuldade que, no fundo, representam as muitas questões de quem opta por seguir uma carreira na área da investigação, em Portugal.
"Já me candidatei a quatro bolsas de doutoramento. [...] Se os doutoramentos não aparecem, contrato de trabalho ainda pior".
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Para a porta-voz do BE, a lógica utilizada pelo Estado ao nível da investigação tem de mudar. Catarina Martins criticou a "precariedade dos investigadores", que vivem sem acesso "a uma carreira contributiva" ou a "perspetivas de futuro" e lembrou que estes "inovam em áreas essenciais para a economia".
"O investimento em ciência foi feito com base na precariedade dos investigadores. Não vem deste governo, já vem de governos anteriores. Com o PS houve mais investimento em ciência, mas a verdade é que todo o investimento foi feito com base na extrema precariededade dos investiagdores. É preciso romper com esta lógica do abuso sobre os investigadores e sobre as gerações mais novas para que elas possam ter perspetivas de futuro no nosso pais."
"Percebo que os investigadores tenham vindo dizer que hoje era o princípio e o fim do ano letivo porque são condenados a cada vez menos bolsas e por isso temos visto pessoas a sair do país. É preciso dar às pessoas contratos de trabalho e salários dignos que correpondam ao seu trabalho."
"É sempre preciso respostas novas. O polvo está em melhor caminho."
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