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A porta-voz nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acusou este sábado o Governo de andar a “criar excêntricos há quatro anos” e deu como último exemplo a tentativa de venda da TAP em apenas um mês.
“O Governo está neste momento a ponderar vender a TAP por um valor que é equivalente a um terço da borla fiscal que deu ontem mesmo aos futuros compradores do Novo Banco. É caso para dizer que o Governo anda a criar excêntricos há quatro anos”, disse Catarina Martins, durante um discurso que fez hoje no Porto, no âmbito do Encontro Feminista do Bloco de Esquerda.
Catarina Martins recordou o caso do Novo Banco, da TAP, mas também dos CTT, transportes públicos do Porto e de Lisboa e do Oceanário para atacar o Governo de estar num “frenesim” para privatizar tudo “em fim de mandato”.
“Os CTT foram vendidos por um preço e hoje valem o dobro do valor a que foram vendidos. Uma boa prenda que Passos Coelho deu à Goldman Sachs, à JPMorgan, fazer excêntricos há quatro anos é um Governo incansável nesta venda gloriosa aos interesses privados de tudo o que diz respeito ao país”, declarou.
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“E deve ser extraordinário que quem quer vender, anda a dizer que aquilo que quer vender já não vale. Que vontade têm de vender a TAP por tuta-e-meia, que vontade têm de fazer um mau negócio para o país e fazem com a desculpa que se a TAP não for vendida entrará em falência”.
“Na altura o negócio era com a Swissair. O que aconteceu é que a Swissair já foi à falência. A TAP não. Imaginem se a TAP já tivesse sido vendida à Swissair”, exclamou, arrancando aplausos do público.
Fontes ligadas ao processo confirmaram à Lusa que os empresários David Neeleman, Gérman Efromovich e Miguel Pais do Amaral apresentaram propostas para a aquisição da transportadora.
O Governo decidiu em novembro relançar a privatização de até 66% do grupo liderado por Fernando Pinto, suspensa em 2012.
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