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Cavaco admite que possa ter entregado documentos do BES ao Governo

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Presidente recusa responder às questões dos deputados

Generalizando os assuntos e não se referindo diretamente ao BES ou a Salgado, Aníbal Cavaco Silva destacou que «a informação mais importante» que recebe é do Governo. «Eu nunca revelei as conversas que tenho com o primeiro-ministro e não as vou revelar agora», prometeu. da comissão de inquérito ao colapso do BES/GES, Ricardo Salgado revelou que teve dois encontros com Cavaco Silva, em março e maio de 2014, para pedir «apoio institucional» para a situação, alertando, já nessa altura, para os «riscos sistémicos» do banco. O chefe de Estado atacou jornalistas e políticos por insinuarem que não quis revelar o que sabia sobre o BES. Sobre as declarações que fez antes do colapso do banco, Cavaco recusa a leitura de que passou a mensagem de que o BES estava bem, levando os investidores a perderem dinheiro. O site da Presidência já tinha, a 2 de setembro, divulgado a transcrição integral dessas declarações sobre o BES.

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O Presidente da República admitiu a hipótese de ter recebido documentos nas duas audiências que concedeu a Ricardo Salgado no início de 2014, que contivessem informação sobre os problemas do BES. E, caso isso tenha acontecido, garantiu que enviou os mesmos documentos para o Governo.

«Não há quase ninguém que vá falar com o Presidente que não lhe entregue documentos. Se alguém me entregou [documentos] da parte dos bancos, como não tenho o poder executivo, devo ter entregue a mesma coisa ao Governo». 

«O Presidente da República é informado, em primeiro lugar, pelas entidades oficiais e, depois, porque deve acompanhar os assuntos nacionais, concede audiências a quem as solicita e que ele considere relevante».

Numa carta enviada aos deputados

Cavaco Silva assegurou que todos os documentos que recebe nas audiências estão «nos arquivos da Presidência ou junto dos assessores do Presidente da República».

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Questionado sobre as perguntas que os deputados da comissão de inquérito lhe colocaram, o chefe de Estado revelou que não lhes vai responder:  «O Presidente nunca revela o que se passa com ele. Não tenho esclarecimentos adicionais a prestar».

Sobre o conteúdo dos encontros com Salgado, o Presidente da República destacou que tem «mais de 2500 audiências por ano» e que, portanto, não se lembra «rigorosamente» do que foi dito. Além disso, Cavaco sublinhou que essas audiências são «reservadas». 

«As pessoas têm que ter confiança no Presidente, de que ele mantém a reserva do que ali se passa». 

«O Presidente tem como função fundamental ouvir os portugueses para saber como vai o país e por isso concede um número de audiências que ultrapassa tudo aquilo que possam imaginar e elas são sempre mantidas reservadas. Nunca conseguirei reproduzir com rigor aquilo que dizem em milhares de audiências. É uma ignorância que alguns revelam em relação ao trabalho de um Presidente».

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«Alguns jornalistas e políticos disseram fiz alguma declaração sobre o BES. É mentira. Fiz três afirmações sobre o Banco de Portugal e mais nada. Nunca fiz nenhuma declaração sobre o BES. Sou o único político em Portugal que tudo o que diz está no site da Presidência». 

Segundo essa transcrição, questionado sobre o impacto da situação do Grupo Espírito Santo na economia portuguesa, Cavaco Silva declarou: «Eu considero, pela informação que tenho, que o Banco de Portugal, como autoridade de supervisão, tem vindo a atuar muito bem para preservar a estabilidade e a solidez do nosso sistema bancário». 

Na mesma ocasião, o Presidente da República acrescentou: «O Banco de Portugal, desde há algum tempo, tem vindo a tomar medidas para isolar o banco, a parte financeira, das dificuldades financeiras da zona não financeira do grupo. E, o Banco de Portugal tem sido perentório, categórico, a afirmar que os portugueses podem confiar no BES, dado que as folgas de capital são mais do que suficientes para cobrir a exposição que o banco tem à parte não financeira, mesmo na situação mais adversa». 

«E eu, de acordo com informação que tenho do próprio Banco de Portugal, considero que a atuação do banco e do governador tem sido muito, muito correta», completou. 

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