Já fez LIKE no TVI Notícias?

Pires de Lima contra discurso da «apologia do empobrecimento»

Dirigente do CDS-PP diz que é necessário «estabilizar o consumo privado»

O presidente do Conselho Nacional do CDS-PP, António Pires de Lima, defendeu, esta noite, em Coimbra, a necessidade de o Governo abandonar «um discurso que é uma espécie de apologia do empobrecimento».

Para que haja, em Portugal, «uma luz ao fundo do túnel» é necessário «estabilizar o consumo privado» (que representa «65 % da nossa economia»), sustentou o gestor e dirigente centrista, que falava, na noite de quarta-feira, num hotel de Coimbra, numa conferência integrada no ciclo «Há Luz ao Fundo do Túnel?».

PUB

«Se continuarmos a fazer um discurso que é uma espécie de apologia do empobrecimento, a demonizar o consumo privado, se continuarmos a pretender fazer a figura de uma espécie de apóstolo do empobrecimento, aquilo que vai acontecer é que esta trajetória não vai ser corrigida», alertou.

«É preciso dar um sinal de previsibilidade e de estabilidade às pessoas que vivem dos seus rendimentos, do trabalho ou das pensões», sublinhou Pires de Lima, considerando que «seria importante ¿ mesmo que essas mudanças não se possam fazer já em 2014» ¿, estabelecer «um calendário, um compromisso, que desse um sinal às pessoas» sobre quando é que «as sobretaxas que foram criadas» sobre os rendimentos do trabalho, reformas e pensões, «podem ser retiradas».

Para o dirigente do CDS-PP «não é razoável que pessoas com rendimentos médios paguem 40 ou 50% de IRS», nem é «saudável que se encare como definitivo o que foi apresentado como provisório e temporário, há cerca de dois anos».

Seria importante, salientou, que «o Governo de Portugal assumisse esse trabalho quando estiver a preparar o Orçamento [de Estado] para 2014, mesmo que chegue à conclusão que ainda não é possível reduzir a carga fiscal das pessoas que trabalham e pensionistas em 2014».

PUB

O processo de «ajustamento económico» tinha, «de alguma maneira, de funcionar de acordo com as regras» definidas pela troika, «dado que perdemos a soberania, ao nos deixarmos cair na armadilha do endividamento do país», afirmou Pires de Lima, advogando que Portugal «não tinha muita margem de manobra para não deixar de executar o memorando» de entendimento e as suas «sucessivas avaliações».

Mas «é preciso retirar ilações daquilo que não correu bem ao longo destes dois anos porque, de facto, o regime de austeridade a que estamos a ser sujeitos, nomeadamente quando já se percebeu os resultados que traz, por [ser] excessiva, acaba por ser um registo de austeridade pouco inteligente, não construtiva».

Essa austeridade, sublinhou, «não nos ajuda a criar uma solução» para «os problemas com que estamos confrontados», sobretudo de «elevados níveis desemprego», acentuada quebra do consumo e «queda do investimento, que será em 2013 cerca de metade» do registado em 2000/2001.

«Há um conjunto de prioridades que deviam ser agarradas a fundo por este Governo», de modo a que o «segundo ciclo da governação» ¿ últimos meses de 2013, 2014 e 2015 ¿ possa «corrigir a trajetória» nas «matérias onde as coisas não estão a correr a bem», salientou.

PUB

Últimas